Quatro adolescentes, alunos de colégios de classe média alta, são protagonistas de mais um episódio de violência nas ruas do Distrito Federal. Dois como vítimas,dois como autores. A primeira dupla, de 14 anos, foi assaltada em frente à escola onde estuda, na Asa Sul. Na mesma instituição, também frequentava as aulas um dos acusados do roubo, de 15 anos, transferido no dia seguinte ao ato, a pedido da mãe. Todos os envolvidos foram parar na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Os menores que praticaram o ilícito foram encaminhados para o Núcleo de Atendimento Inicial (NAI).
Três vezes por semana, os adolescentes de 14 anos têm aulas durante a manhã e à tarde, das 7h30 às 13h30 e das 14h30 às 17h30. Normalmente, eles almoçam dentro do colégio. Mas, na última segunda-feira, foram comer no comércio da 402 Sul, em frente à escola. Como o segundo período não havia começado, eles resolveram permanecer na rua, conversando. Nesse momento, dois adolescentes, de 15 e 16 anos, os abordaram, com uma faca, e levaram a mochila de um dos garotos e os celulares dos dois, fugindo em seguida. As vítimas começaram a correr atrás dos ladrões, quando foram abordadas por uma viatura da polícia e contaram o ocorrido.
Após alguns minutos de busca, um dos infratores foi preso em flagrante, mas o outro fugiu. Então, os policiais instruíram o que foi apreendido a ligar para o que escapou. O garoto que conseguiu fugir compareceu à DCA levando os pertences roubados aproximadamente 40 minutos depois da ação. A faca utilizada no assalto foi apreendida e os dois infratores foram para o NAI, onde passaram a noite. No dia seguinte, apresentaram-se a um juiz. O processo corre em segredo de Justiça.
Autorização
Para o padrasto de uma das vítimas, parte da responsabilidade é da escola onde os meninos estudam, pois deveria haver mais rigor para a saída de alunos menores de idade. ;Um adolescente de 14 anos não pode sair da escola na hora em que bem entende. Por mais responsável que ele seja, ainda é uma criança;, disse. Segundo o aposentado, os vigias e porteiros deveriam ter pedido uma autorização escrita pela família para liberar a saída do filho. Ontem, segundo relatou, ele foi a uma reunião com a diretora do colégio. Embora não reconheça culpa do colégio, ela afirmou haverá reforço na segurança.
O colégio manifestou-se oficialmente dizendo que deve aumentar a vigilância interna e instruir que os funcionários fiquem mais atentos às imediações da instituição, como estacionamentos e portaria. Ontem pela manhã, a mãe do aluno que participou do assalto foi até o local pedir que o filho fosse transferido. O garoto permaneceu matriculado por dois meses. Antes disso, estudava em outra escola, também de classe média alta, a mesma frequentada pelo comparsa. O rapaz mudou de colégio porque a mãe achava que ele estava sendo influenciado por más companhias.