Na família Melo, essas atividades fazem parte do dia a dia. A mãe, Junia, 44 anos, estabeleceu rotinas de estudo para os filhos desde pequenos. Tanto Anastácia, 15, quanto Artur, 16, são cobrados desde a infância. Hoje, os pais não precisam mais pegar no pé dos adolescentes para que estudem. Eles chegam da escola, almoçam e, após um cochilo, partem para o dever de casa. Hoje, eles têm uma rotina rigorosa, imposta por eles mesmos. Como estão ambos no 2; ano do ensino médio, às vezes tiram dúvidas um com o outro sobre as matérias. E se algo em matemática parece muito complicado, podem pedir socorro ao pai, Roberto Melo, 39, que já trabalhou como professor da disciplina.
Anastácia e Artur estão na fase em que se dedicam muitas horas, às vezes até tarde da noite, às lições. Tudo para conseguirem uma vaga na UnB, apesar de o curso que tentarão ainda não estar definido. O pai, que acompanha os estudos dos filhos, reclama da falta de exercícios práticos que complementem o conhecimento.
;Eu acho que poderia ser reduzido o dever de casa para passar atividades práticas;, opina. Segundo ele, as escolas não têm essa preocupação em aplicar o conhecimento, e o conteúdo teórico extenso é usado apenas para o vestibular, pois a maioria dos alunos não usará grande parte do que foi ensinado depois de concluir o ensino médio. Roberto atribui a rotina puxada dos filhos ao excesso de conteúdo. ;Minha opinião é que o conteúdo do ensino médio no Brasil como um todo é muito extenso, sufocante;. Roberto, contudo, sabe que verá os filhos estudarem ainda mais no ano que vem, quando estarão no terceiro ano. E ele estará pronto para apoiá-los.