Paula Braga
postado em 13/07/2015 19:25
O Brasil volta para casa com três medalhas conquistadas na 46; Olimpíada Internacional de Física para Secundaristas (IPhO, na sigla em inglês), que terminou no último domingo (12) em Mumbai, na Índia. Os alunos Felipe de Castro Silva e Tafnes Silva, 18 anos, do Ceará; e Felipe Vieira Coimbra, 17, do Piauí; terminaram a disputa com uma medalha de bronze cada. Participaram da competição 382 estudantes de 82 países. O Brasil foi representado na disputa por cinco estudantes ; todos de escolas particulares do Nordeste.
;A disputa foi bastante difícil, mas foi muito importante fazer parte da equipe que colocou o Brasil nesta posição. Esse tipo de competição faz uma diferença enorme para aqueles que querem seguir uma carreira acadêmica na área;, afirmou Felipe de Castro Silva, aluno da escola Farias Brito, no Ceará. Em publicação nas redes sociais, o professor de física do medalhista Felipe Coimbra elogiou o esforço e o desempenho do aluno na competição. ;O resultado foi fruto de investimento e da dedicação focada dele, que chegou à Índia como destaque mundial na física;, disse.
Os outros dois brasileiros na disputa ; Delson de Oliveira Filho, 16, de Sergipe; e Mateus Arraes Barbosa, 17, do Ceará ; terminaram a competição com menções honrosas pelo desempenho alcançado. Com o resultado, o Brasil terminou a olimpíada com a melhor colocação entre os países ibero-americanos na disputa. A Coreia do Sul foi a campeã da competição. A delegação brasileira chega ao país nesta terça-feira (14).
Mantendo a tradição
Os colégios Cavalcante, Farias Brito e Ari de Sá, de Fortaleza, têm tradição em enviar alunos para a Olimpíada Internacional de Física para Secundaristas ; a última instituição soma mais de 60 medalhas em competições acadêmicas nacionais e internacionais. Na escola Farias Brito, a preparação dos estudantes foi acompanhada pelo professor de física Carlos Eduardo. "Para eles chegarem a este nível de competição internacional, faz toda a diferença o papel do professor como um guia, indo além do material básico para materiais de mestrado ou livros russos, dando um diferencial", disse o professor, que dá aulas para Felipe de Castro Silva e Tafnes Silva, em entrevista ao Correio durante a competição. "São dois alunos diferenciados que descobriram o interesse por olimpíadas na matemática e depois quiseram participar na física. Eles adoram desafios", completou.
[SAIBAMAIS]O professor Munemasa Machida, líder do time e coordenador da Olimpíada Brasileira de Física pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) desde abril do ano passado, foi um dos responsáveis por ministrar as aulas preparatórias para a competição aos alunos, realizadas entre maio e junho, e também acompanhou a delegação brasileira na viagem. No ano passado, sob a liderança de Machida, a delegação brasileira conquistou cinco medalhas de bronze na 45; edição da disputa que ocorreu em Astana, no Cazaquistão.
A IPhO ocorre todos os anos desde 1967, sempre em um país diferente. As provas aplicadas no evento foram planejadas a partir do programa geral, conhecido como Syllabus, aprovado pelo comitê internacional, que inclui conteúdos mais avançados do que os exigidos pelo Ministério da Educação (MEC) para o ensino médio. O objetivo da competição é reconhecer a crescente
importância dos estudos da física nas áreas de ciência e tecnologia internacional.
Os alunos que participaram da disputa foram selecionados entre mais de 200 mil estudantes de todo o país. A Olimpíada Internacional de Física para Secundaristas do próximo ano será disputada em Liechtenstein, na Suíça.