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Educador elogia protagonismo jovem em ocupações contra reorganização

postado em 02/12/2015 11:29

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Diretor por mais de 20 anos de uma escola pública de referência internacional em uma das maiores favelas de São Paulo, o professor Braz Rodrigues Nogueira dedicou a vida a propor alternativas ao atual modelo de ensino. Na Escola Municipal Campos Salles, em Heliópolis, ele ampliou a relação com a comunidade, acabou com as salas de aula, colocando os alunos para estudar juntos, transformou o professor em ;facilitador; e criou um modelo de gestão em que estudantes, funcionários e professores, na mesma proporção, dão as ordens e resolvem conflitos.

Nogueira analisa o protagonismo dos alunos no movimento de ocupação de colégios, iniciado há cerca de 20 dias, contra a proposta de reorganização escolar do governador Geraldo Alckmin, que prevê o fechamento de unidades de ensino. De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo, 193 escolas estaduais estão ocupadas por alunos. Na sexta-feira passada (27), a prefeitura de Sorocaba deu a primeira decisão para na cidade.

Antes, o Tribunal de Justiça de São Paulo, , determinou que o governo insistisse no diálogo. ;Ademais, (...) se constata a ocorrência de atividades culturais, o que é muito positivo para o debate e para o aperfeiçoamento intelectual da comunidade;, afirmou o desembargador Sérgio Coimbra Schmidt, em sua decisão.

Em entrevista concedida à Agência Brasil, Braz Rodrigues observa que a sociedade está mudando e acredita que movimentos contestatórios vão emergir com mais frequência. Nos últimos anos, "foi gestado um novo cidadão ativo e participante;, disse.

Agência Brasil: Em sua opinião, por que os alunos resolveram organizar ocupações contra a ;reorganização; do ensino?

Braz Rodrigues Nogueira: Isso é um fato novo. Enquanto educador, fico bastante feliz, bastante alegre. Isso vem comprovar que crianças, pré-adolescentes, adolescentes e jovens são seres competentes e têm que ser protagonistas. A primeira coisa que o governo tinha que ter feito era ter consultado essas crianças, esses adolescentes, esses jovens e isso não foi feito. Não está claro o que é está por trás [da proposta do governo], se é economia de recursos ou decisão de gestão.

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