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Nada é mais importante do que uma criança aprender a ler

postado em 08/03/2016 21:30

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante,  disse que a prioridade para 2016 é colocar todas as crianças de 4 e 5 anos na escola

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou hoje (8), em evento comemorativo aos 20 anos do Conselho Nacional de Educação (CNE), que a prioridade para 2016 é colocar todas as crianças de 4 e 5 anos na escola.

;Faltam cerca de 600 mil crianças [na escola], que são exatamente as que mais precisam, as que vivem na pobreza, nas periferias das grandes cidades, no interior do semiárido nordestino, nas pequenas comunidades da Amazônia;, disse.

Outra meta fundamental é alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade. Mercadante afirmou que 22% das crianças não lêem em até os 8 anos; 34% não escrevem como precisariam; e 57% não dominam os princípios da matemática como esperado. ;Precisamos trabalhar com mais intensidade para alcançar esse desafio da alfabetização na idade certa;, afirmou o ministro.

O ministro falou sobre a importância de reaproximar as faculdades de pedagogia e de licenciatura do campo da prática concreta das escolas públicas. Segundo Mercadante, 74% dos professores de Física, por exemplo, não são formados em Física. ;Não se pode esperar dez anos, até que novos profissionais estejam formados, para começar a estimular uma das áreas mais importantes para inovação, ciência e tecnologia. Temos que acelerar a formação dos professores da rede pública que já estão no exercício da profissão;.

Em relação ao debate sobre a Base Nacional Comum Curricular, Mercadante ressaltou a participação da sociedade brasileira. ;Estamos chegando a quase 11 milhões de contribuições. Mais de 60% das escolas públicas já participaram [do debate]. A Base irá contribuir muito para repensarmos a formação docente e também a produção pedagógica. Não queremos um ensino médio engessado. Queremos um ensino médio que abra mais espaço para a inovação, para a formação técnica profissional, e que dialogue com as especificidades assegurando o currículo básico oficial;.

Universidade do Brics

O ministro falou também sobre a Universidade do Brics - grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - . A iniciativa selecionou 12 programas de pós-graduação de nove universidades brasileiras para fazer parte da Universidade em Rede do Brics.

Instituições de ensino superior brasileiras inscreveram programas reconhecidos e recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que obtiveram nota superior ou igual a seis. Os cursos contemplam as seguintes áreas: energia; ciência da computação e segurança da informação; estudos do Brics; ecologia e mudanças climáticas; recursos hídricos e tratamento da poluição; e economia.

Vamos criar uma universidade que vai usar ensino a distância e presencial. Os alunos vão viver experiências nesses países [do Brics] e isso vai ampliar a nossa produção acadêmica em áreas estratégicas e vai enriquecer o universo do ensino superior brasileiro;, afirmou Mercadante.

A cerimônia aconteceu na sede do CNE, órgão colegiado vinculado ao Ministério da Educação, e contou com a participação da ex-conselheira do CNE e ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino; do presidente da instituição, Gilberto Gonçalves Garcia e dos conselheiros.

A ministra Nilma Lino ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pelo CNE, juntamente com o MEC e com o ministério que ocupa, no que diz respeito a educação, principalmente nas relações étnico-raciais, diversidade de gênero e sexual, e de direitos humanos. ;Esses temas desafiadores da educação dialogam com a legislação educacional hoje. Tenho certeza que o CNE seguirá os caminhos da igualdade, da equidade, da justiça social, da democracia na educação e do olhar atento aos sujeitos e à sua diversidade.;

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