Alternativas para a educação e formas para melhorar o ensino são frequentemente debatidas entre educadores, diretores, pais de alunos e até mesmo políticos que atuam na área. No entanto, ouvir jovens que estão na escola ainda não é um costume recorrente.
Como seria a sua escola ideal? Uma pesquisa lançada hoje (28), Dia da Educação, vai escutar estudantes de 13 a 21 anos com o objetivo de se conectar melhor à realidade dos jovens e, assim, poder pensar em uma forma de ensino que os estimule mais. A iniciativa recebeu o nome de "Nossa Escola em (Re)Construção" e é organizada pelo Porvir, programa do Instituto Inspirare, e da Rede Conhecimento Social.
"Nossa intenção é dar voz aos alunos e mobilizá-los para que reflitam sobre o seu papel na escola e sobre as características que elas devem ter para promover aprendizado e desenvolvimento com sentido. Queremos entender o que o aluno do século 21 espera da educação", afirma a diretora do Inspirare, Anna Penido.
A consulta utiliza a metodologia "PerguntAção", que envolve o público pesquisado em todas as etapas do processo. Na primeira fase da pesquisa, foi realizada uma oficina com um conselho orientador, formado por profissionais com experiência em educação e processos de escuta de jovens. Depois, um grupo de 25 jovens, das cinco regiões do país, se reuniu em São Paulo para conversar sobre suas escolas e propor perguntas para o questionário que foi lançado hoje.
Incentivo e entusiasmo
A estudante Gabriela Santos do Amparo, 20 anos, participou da etapa de debates e acredita que os interesses dos estudantes devem ser valorizados, e que este é um papel do educador. "Gosto de pensar no professor como educador, que incentiva o aluno dando mais importância ao que o aluno está aprendendo do que se ele vai tirar 5 ou 7. Que vai incentivar no que eles têm interesse e potencializar isso", afirma.
Ricardo Penido, 18 anos, imagina a escola dos sonhos como um lugar transformador e apaixonante, que coloca em foco os talentos dos alunos, independente da idade. "A escola apaixonante pode agregar toda a diversidade, inclusive de faixa etária. Se tem um idoso que está doido para estudar, isso pode enriquecer muito o aprendizado de uma criança de cinco anos". Para Ricardo, uma escola ideal abre caminho para a formação de pessoas capazes de melhorar o mundo ao redor: "ela consegue desenvolver a grande essência que a gente tem desde que nasce... ela consegue identificar o que importa em cada um, para desenvolver isso", explica.
O questionário online fica disponível até o dia 30 de junho, e tem perguntas que buscam identificar a percepção dos jovens em relação à escola atual e como eles acham que ela pode estimular mais o seu aprendizado, respeitar características individuais, ser inovadora e contribuir com a sua felicidade. Para participar, basta acessar o site Nossa Escola em (Re)Construção.