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Artes, educação física e espanhol não são mais obrigatórios

Reforma foi anunciada na tarde desta quinta-feira (22) pelo presidente Michel Temer. Carro chefe da proposta é o ensino integral. Outro ponto central é a flexibilização do currículo que, nos anos finais do ensino médio, será divido em cinco grandes áreas: linguagens, matemática, ciência da natureza, ciências humanas e formação profissional

Jéssica Gotlib
postado em 22/09/2016 16:53

Michel Temer assina medida provisória que altera o ensino médio brasileiro

O presidente, Michel Temer, e o ministro da Educação, Mendonça Filho, apresentaram o novo modelo curricular do ensino médio na tarde desta quinta-feira (22) em solenidade no Palácio do Planalto. O projeto chega ao Congresso Nacional por meio de medida provisória e deve começar a ser implantado no próximo ano letivo. A reforma é baseada no tripé: ampliação da carga horária, implantação das escolas em tempo integral e flexibilização do currículo. Confira a medidaprovisória na íntegra aqui.


O que muda?

Confira as principais mudanças da medida provisória.

  1. A carga horária será ampliada de 800 horas/aula em 200 dias letivos para 1.400.
  2. O ensino de artes será obrigatório somente no ensino infantil e fundamental, e optativo no médio.
  3. Educação física também será facultativa aos estudantes do ensino médio.
  4. O currículo será composto pela Base Nacional Comum Curricular e disciplinas de ênfase em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e sociais, e formação técnica e profissional.
  5. O ensino médio adotará o sistema de créditos ou disciplinas, semelhante ao que acontece nas universidades.
  6. Inclui a possibilidade de profissionais "com notório saber" ministrarem disciplinas em áreas afins à formação, mesmo que não tenham licenciatura.
  7. Revoga a Lei n; 11.161 de 2005 que incluiu a língua espanhola entre os conteúdos obrigatórios do ensino médio.

[SAIBAMAIS] De acordo com Mendonça Filho, a ampliação se dará de maneira gradual já a partir de 2017. Entretanto, o ministro não detalhou a proposta. Com relação ao estudo integral, o ministro conclamou os governadores dos Estados a unirem esforços com o Ministério da Educação (MEC) para que 500 mil jovens sejam atendidos pela política até 2018. O ministro informou que o MEC deve investir R$ 1,5 bilhão para a efetivação da política nos próximos dois anos.

Em relação ao currículo, a grande novidade é que, nos anos finais, o aluno terá cinco caminhos a seguir: linguagens, matemática, ciência da natureza, ciências humanas ou formação profissional, enquanto o primeiro ano deve ser constituído por uma Base Nacional Comum Curricular. A discussão da BNCC para o ensino médio é diferente daquela em curso desde o início deste ano e deve começar a partir do próximo mês, segundo Mendonça Filho.

O ministro informou que o projeto foi construído tomando por exemplo o ensino médio de outros países, como Austrália, Coreia do Sul, Finlândia, França e Portugal. ;Quando tem foco, quando há disposição, é possível alcançar objetivos. É possível alcançar sucesso em programas educacionais que garantam aos jovens e às crianças do Brasil uma educação de qualidade;, ressaltou Mendonça Filho lembrando do exemplo do Estado de Pernambuco que saiu da 23; colocação no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para o primeiro lugar.

;Com o novo currículo nacional e a política de fomento ao ensino integral, queremos dar um salto de qualidade na educação;, afirmou o presidente Michel Temer. Ele ressaltou que o orçamento para a educação não será reduzido. ;No nosso governo não haverá redução de verbas para educação, a responsabilidade fiscal e a responsabilidade social caminham juntas. Se de um lado, nós temos responsabilidade fiscal que importa em uma austeridade, por outro, temos que ter uma responsabilidade social de voltar nossos olhos para a educação.;

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