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Mudanças são positivas, acreditam especialistas

postado em 22/09/2016 22:34
[SAIBAMAIS]A professora da Faculdade de Educação da UnB, Stella Bortoni, e o secretário de Educação do DF, Júlio Gregório, acreditam que enxugar o currículo do ensino médio brasileiro era uma medida necessária

As mudanças no ensino médio foram anunciadas na tarde desta quinta-feira (22) pelo presidente, Michel Temer, e devem ser enviadas ao Congresso Nacional por meio de medida provisória na próxima sexta-feira (23). De acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho, o novo modelo será implantado a partir de 2017 de maneira gradativa.

;Em geral, são mudanças positivas. Era preciso mesmo que o currículo do ensino médio brasileiro não fosse tão diversificado. Além disso, a possibilidade de que o aluno escolha eixos temáticos para trabalhar é muito positiva;, opinou a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Stella Bortoni. Ela explicou que não teve tempo de ver a proposta em detalhes, mas que considera muito relevantes alguns aspectos de maior repercussão. ;Essa ideia de ter um núcleo comum e agrupar por áreas de interesse pode dar resultados muito bons se for bem aplicada.;

O secretário de Educação do Distrito Federal (DF), Júlio Gregório, também foi otimista em relação às mudanças. ;As medidas contemplam a flexibilização do currículo e o protagonismo do aluno. Não há, como foi dito em um primeiro momento, a extinção de disciplinas. O que o projeto diz é que esses conteúdos não precisam ser obrigatórios para todos os alunos em todos os anos. Depois de cumprir a Base Nacional Comum Curricular o estudante poderá trilhar o seu caminho;, explicou.

Júlio Gregório afirmou que a autonomia dada aos estudantes assusta, em um primeiro momento, por uma questão cultural. ;O ensino médio brasileiro hoje é bastante engessado e acabar com as obrigatoriedades vai permitir que, com o passar do tempo, os alunos trilhem seus caminhos. Alguém que estuda, no mínimo, 13 matérias vai se dedicar muito menos que uma pessoa que estuda cinco ou seis;, argumentou.

Medida provisória


Os entrevistados convergem na ideia de que uma medida provisória não foi a melhor forma de apresentar o projeto. ;O assunto não é desse governo, vem sendo debatido desde 2012 com todos os ministros que passaram pela pasta da Educação. A forma de medida provisória não é interessante politicamente, mas seria difícil que um projeto de lei passasse pelo Congresso ainda neste ano;, disse Júlio Gregório.

;Existem muitos bons especialistas em ensino médio no Brasil e o caráter de medida provisória impede que eles entrem no debate, como aconteceria com um projeto de lei;, explicou Stella Bortoni.

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