Principais atingidos pela reforma do ensino médio, estudantes têm muitas dúvidas sobre a medida provisória que institui o Novo Ensino Médio. Eles concordam que a etapa de ensino precisa de melhorias e apontam a formação dos professores e o diálogo como os principais caminhos. Após a publicação da , a Agência Brasil conversou com alguns estudantes de escolas públicas e particulares.
;Vão retirar disciplinas? Eu sou contra. São conteúdos como sociologia e filosofia que estimulam o pensamento crítico. Eu vou poder escolher o que vou estudar? Vão ter várias opções de ensino técnico? Se forem poucas, não vai adiantar;, diz Jonathan Alves de Oliveira, 18 anos, estudante do 2; ano do Centro de Ensino Médio Setor Oeste, escola pública de Brasília.
Jonathan se descreve como interessado e alguém que aprende fácil. Atualmente, aluno do ensino médio noturno, diz que deixou o diurno porque não conseguia se concentrar. ;É muita confusão, os estudantes são muito desinteressados, os professores ficam estressados;, diz.
A reforma ganhou destaque após a (Ideb), que mede a qualidade do ensino no país. Pelo segundo ano consecutivo, a meta estabelecida para o ensino médio não foi cumprida e a etapa está estagnada desde 2011. Uma reforma já está em tramitação na Câmara dos Deputados, por meio do Projeto de Lei (PL) 6480/2013. O governo como forma de dar agilidade ao processo. Agora o Congresso terá 120 dias para decidir se aprova a medida.
Professores
;O ensino médio é cansativo e desinteressante. Parece que tudo na sala de aula fica desinteressante, muita gente larga porque é chato;, diz Marcos Fabrício da Silva, 18 anos, estudante do 2; ano do Setor Oeste. Segundo ele, o professor faz toda a diferença. ;Quando o professor tem uma boa didática, tem intimidade com os estudantes, ele consegue dar uma ótima aula. A formação do professor faz toda a diferença;, acrescenta.
Atualmente, o ensino médio tem 8 milhões de alunos em escolas públicas e privadas. Segundo o Ministério da Educação, enquanto a taxa de abandono do ensino fundamental foi 1,9%, a do médio chegou a 6,8%. Já a reprovação no fundamental é 8,2%, frente a 11,5% no ensino médio.
Marcos foi um dos que largou o ensino médio por dois anos, por desinteresse. Voltou a estudar para buscar uma vaga no ensino superior, quer cursar comunicação social. ;Tem aulas que o professor só nos faz copiar, não tem debate, não tem diálogo, isso é ruim. Por outro lado, têm professores que te fazem aprender e você não esquece mais. Os professores são mais importantes que toda uma reforma;, diz. Ao lado do colega, Jonathan concorda que o aprendizado depende dos professores.