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Garis participam de festa de formatura após curso de alfabetização

A turma de 32 funcionários se formou na última quinta-feira (8), após nove meses de curso. Esta é a primeira conquista dos profissionais como estudantes, que agora serão encaminhados para a rede pública de ensino para alcançar objetivos ainda maiores

postado em 09/12/2016 19:44

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A última quinta-feira (8) foi um dia especial para 32 garis da empresa Sustentare Serviços Ambientais. Eles concluíram a última etapa de um curso de alfabetização, que durou nove meses, e comemoraram a formatura em uma celebração na Universidade Católica de Brasília (UCB), que oferece o curso em parceria com a Sustentare e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Os trabalhadores ficaram sob os cuidados da Embeleze durante a tarde e, à noite, festejaram a vitória com amigos e familiares.

A UCB foi responsável por desenvolver a metodologia utilizada e pela capacitação de duas funcionárias da empresa, que ministraram as aulas ; Willani Carvalho e Amanda Teles ;, como parte da iniciativa Alfabetização Cidadã. O intuito do programa é aumentar o engajamento dos funcionários, as chances de promoção e diminuir o risco de acidentes, segundo Adilson Martins, presidente da Sustentare Saneamento.

Esta é a segunda turma do projeto. Em 2014, sete alunos se graduaram. Este ano, o número de concluintes é mais de quatro vezes maior, em função do horário dos estudos ; agora existe um período dedicado ao curso durante o período de trabalho. Alguns estudantes, que, antes do curso tinham dificuldades em escrever os próprios nomes, hoje são capazes de redigir parágrafos inteiros.

Legenda foto 287 - esquerda para a direita: Rejane Oliveira (Suprenitendente da Sustentare) Maria Vieira Teixeira (gari), Williani Carvalho (coordenadora de RH da Sustentare)

A professora responsável pelo projeto, Williani Carvalho, é gestora de recursos humanos da empresa e notou a necessidade do curso nas atividades de trabalho. A equipe não estava acompanhando os informativos colados no mural da organização. ;Nós percebemos que uma quantidade expressiva de funcionários, cerca de 60%, eram semi-analfabetos e analfabetos. A ideia inicial era atender a essa demanda, mas, para nós, é muito mais que isso. É uma questão de cidadania;, relata.

;A alfabetização é um trabalho de formiga. Em alguns meses, não vamos ensinar a pessoa a escrever. Hoje ele compreende a necessidade de olhar a palavra e fazer a leitura de cada letra. Fazer parte desse trabalho é extremamente gratificante, não tem preço;, completa Willani.

Antônio Bonfim, 66 anos, é um dos estudantes da turma. ;No meu ponto de vista, estou me dando bem, porque estou me desenvolvendo. Ainda não leio e escrevo, mas agora vou começar a estudar mais. Por enquanto estou treinando para escrever o meu nome e sei fazer algumas letras. Foi um despertar, agora eu tenho muito mais vontade de aprender;, afirma.

A família de Antônio não compareceu ao evento. ;Como foi uma quinta-feira, estavam trabalhando. Mas estão todos muito felizes, como eu;, garante.

Em 2017 serão abertas novas vagas para os funcionários da empresa.

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