Uma página anônima criada no Facebook direcionou os holofotes para os colégios militares do país. Casos de abusos, preconceitos e negligências são publicados na timeline da página No meu colégio militar. Experiências são relatadas por alunos e funcionários, anonimamente, por meio de preenchimento de um formulário. Criada na última segunda-feira (26), a página conta com 5.996 curtidas. Na descrição, os criadores dizem ser alunos e ex-alunos d e colégios do tipo, que têm como objetivo chamar a atenção para o que ocorre em instituições de ensino militares.
Até o momento, 28 relatos de 11 colégios foram feitos ; Brasília (11), Salvador (1), Fortaleza (1), Curitiba (1), Manaus (3), Rio de Janeiro (2), Recife (2), Santa Maria (2), Campo Grande (2), Belo Horizonte (1) e Porto Alegre (2). A unidade de Brasília é a campeã, com 11 denúncias feitas, entre elas de tentativas de abuso sexual. No relato, a aluna afirma que um sargento tentou estuprá-la num banheiro isolado e, depois que ela fugiu e denunciou a violência ao comandante do colégio, teria ouvido que não deveria contar aquilo para ninguém.
Outras denúncias da unidade de Brasília tratam de abuso psicológico ; quando, por exemplo, uma professora teria dito a um aluno com problemas psicológicos que ele não serviria nem para se matar ;, orientação sobre qual calcinha usar para não chamar a atenção de militares, punição por não assistir cultos ecumênicos, obrigação de usar cabelos alisados ou presos, assédio sexual por parte de monitores, entre outras questões.
A primeira denúncia da página mostra um livro didático de história que chama a ditadura militar de revolução. O post teve 753 reações, 322 compartilhamentos e 178 comentários.
A página foi retirada do ar na sexta-feira, 30 de dezembro. Saiba mais aqui.