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Escola sem partido é AI 5 educacional, avalia deputado

postado em 15/02/2017 19:12

O deputado Leo de Brito (PT-AC) fez um apelo para que o projeto Escola sem Partido não seja aprovado. O deputado, que é professor, pediu ;bom senso; aos colegas.

"Tenho profundo respeito pelo debate, mas vou divergir. É difícil falar de democracia quando se quer impor a sua moral. É difícil falar de ódio com discursos tão inflamados contra o contraditório. Aqui, é feita a satanização das pessoas de esquerda e isso não vai levar a lugar nenhum;, disse.

Brito informou que, como professor, já orientou projetos com hipóteses das quais discordava. Ele chamou o projeto em discussão de AI 5 educacional. ;O professor dar suas opiniões não é doutrinação, não podemos criar censura a isso. É um caminho equivocado;, defendeu.

Já para o deputado Lincoln Portela (PRB-MG), o debate assusta ;os radicais ideológicos, intolerantes e intimidadores;. Ele disse que por 30 anos houve ;a invasão de uma esquerda marxista radical na escola brasileira, fazendo lavagem cerebral nas nossas crianças e incentivando a desorientação sexual;.

Um pouco antes da fala de Leo de Brito, Portela havia criticado a ausência na audiência de deputados de partidos de esquerda. ;Às vezes vem um ou outro. Não querem o debate porque são intolerantes;, declarou.

Para o deputado Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), o projeto da Escola sem Partido pede apenas que os estudantes sejam informados de direitos ; que são cerceados;, como no caso da estudante Ana Carolina, que relatou, durante a audiência, perseguição religiosa.

;São milhares de casos. Em 2013, eu fui linchado publicamente. Minha filha universitária teve que sair da escola porque seus professores faziam piada com o sobrenome dela. Meus filhos pequenos tiveram que ter acompanhamento psicológico. Eles dizem que nós pregamos o ódio, mas são eles que o fazem;, afirmou.

Madalena Guasco, professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação da Faculdade de Educação da PUC-SP, discordou. Para ela, a ideia de que há 30 anos temos uma escola doutrinadora, de esquerda e marxista, no Brasil, está equivocada ;Quando vemos os movimentos na rua, não vemos isso. Essas pessoas foram formadas em que escola? Porque se há 30 anos temos uma educação marxista, não faz sentido;, disse. ;Não vamos fazer do professor um doutrinador a ser perseguido, vamos fazer dele um aliado da democracia;.

Agência Câmara

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