No início, em 2014, o objetivo era criar uma rede de conexão entre estudantes brasileiros no exterior. Como se fosse uma grande família, com apoio mútuo para crescimento pessoal, troca de ideias e superação de dificuldades. Hoje, a Brasa, sigla em inglês para Associação de Estudantes Brasileiros, é a maior organização sem fins lucrativos de suporte a quem vive fora do Brasil, incluindo ex-universitários, ou quem queira passar por essa experiência.
No último sábado, na Filadélfia (Estados Unidos), o ministro da Educação, Mendonça Filho, conheceu de perto o trabalho dessa equipe, composta basicamente por jovens que atuam na internet e outros meios de comunicação. Ele foi um dos palestrantes da Brazilian Undergraduate Student Conference (BrazUSC), um evento anual que a Brasa realiza com estudantes brasileiros espalhados pelo mundo e conferencistas das áreas de política, saúde, educação e cultura. Segundo sua coordenação, ;para promover o encontro de talentos matriculados nas mais prestigiadas universidades, para que juntos promovam um impacto positivo no retorno ao Brasil;.
A importância de levar para o Brasil o conhecimento adquirido em outros países, por sinal, é uma constante entre os propósitos da associação, que atualmente conta com 3,6 mil membros e está presente em 72 universidades de 50 cidades da América do Norte, Europa e Ásia. A meta é tornar-se até 2025 a organização de maior referência para brasileiros no exterior e ser reconhecida como formadora de líderes empreendedores, responsáveis por mudanças necessárias nos setores público e privado.
;Queremos retribuir e contribuir com soluções para problemas do nosso país;, informa Marina Bacha, coordenadora de relações públicas da Brasa e ex-aluna de economia e ciências da computação pela Universidade de Nova York. ;O que mais sentimos falta é da nossa cultura. Perdemos quase todas as referências que tínhamos antes. É reconfortante saber que faço parte de uma comunidade que se dedica academicamente e profissionalmente em diferentes ramos, com o mesmo propósito de transformar a realidade brasileira;, conclui.
Durante as palestras e grupos de discussão, os estudantes que participaram da BRazUSC falaram da experiência longe de casa, do que pretendem fazer no futuro e das expectativas quanto às políticas públicas no Brasil, principalmente na educação. ;Espero que o governo dê mais apoio nas áreas técnicas e invista em programas de longo prazo, para serem efetivos;, declarou Victoria Beertasoli, do Instituto de Tecnologia da Geórgia.
Para Ellen Bianca, da Universidade da Pensilvânia, é preciso aumentar o incentivo à pesquisa e valorizar o professor. ;Aqui nos Estados Unidos o professor é muito respeitado e motivo de orgulho. Precisamos também disso;. Já Letícia Tonholo, da Escola Politécnica francesa, defende uma educação básica de qualidade. ;É preciso um currículo reestruturado de forma que os jovens possam se especializar em suas áreas de competência desde pequenos.;
Ainda em relação ao novo modelo pedagógico, como parte da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Gustavo Coutinho, da Universidade de Harvard (EUA), torce para que leve a um sistema de ensino mais flexível. ;Que estimule os alunos a participar de experiências acadêmicas além da sala de aula e que todos tenham acesso à educação tecnológica desde o ensino fundamental.;
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