A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) criticou o texto da Base Nacional Comum Curricular referente à alfabetização, encaminhado pelo Conselho Nacional de Educação, antes de ser homologado pelo Ministério da Educação.
O documento, que terá validade a partir de 2019, prevê que a alfabetização deverá ocorrer nos dois primeiros anos do ensino fundamental, ou seja, aos 6 e 7 anos.
Segundo a senadora, se essa ideia prevalecer, aumentará o abismo entre os estudantes oriundos de famílias ricas e os de famílias pobres.
Isso porque, na opinião da senadora, os filhos de ricos, além de viverem num ambiente familiar propício ao aprendizado da leitura e da escrita antes dos seis anos, têm, nas escolas onde são matriculados, ainda na educação infantil, acesso a material que estimula esses processos.
Já os filhos de pobres, acrescentou a senadora, normalmente não têm as mesmas comodidades que as estimulem a ler e escrever em idade inferior aos 6 anos.
Por isso, ela defendeu que, em vez de se iniciar a alfabetização apenas a partir dos seis anos, como proposto na base nacional, o governo deveria usar a educação infantil, oferecida às crianças a partir dos quatro anos de idade, como uma espécie de compensação a essa falta de estímulo familiar para o início da aprendizagem da leitura e da escrita.
Desconhecer as diferenças de ambientes alfabetizadores, de experiência entre as crianças pobres e ricas, é manter as desigualdades que a escola tem ou deveria ter obrigação de superá-las.
Agência Senado