Transformar trechos da obra ou da vida do poeta maranhense Ferreira Gullar em jogos eletrônicos ou aplicativos é o desafio proposto pelo Prêmio Literário Ferreira Gullar, que teve as inscrições prorrogadas até 30 de junho. Podem participar estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas de todo país.
A iniciativa, promovida pelo Ministério da Cultura, faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que tem como diretrizes a democratização do acesso à cultura e o fomento à leitura. O edital tem o objetivo de estimular a leitura e, ao mesmo tempo, homenagear o escritor Ferreira Gullar, pseudônimo de José de Ribamar Ferreira, falecido em dezembro de 2016. O melhor projeto será premiado com R$ 10 mil; o segundo, com R$ 7.142,86; e o terceiro, R$ 4.285,72.
Poeta, crítico e ensaísta, Ferreira Gullar foi líder do movimento literário conhecido como neoconcretismo, surgido no Rio de Janeiro na década de 50. Os adeptos ao movimento acreditavam que a arte tinha sensibilidade, expressividade e subjetividade próprias e eram contrários às atitudes cientificistas e positivistas nas manifestações artísticas.
Ferreira Gullar iniciou a chamada poesia concreta, com o livro A luta corporal, publicado em 1954. Em 1956, participou da primeira exposição de poesia concretista, realizada em São Paulo, que teve entre os destaques Lígia Clark e Hélio Oiticica.
Posteriormente, Gullar rompeu com os concretistas e vinculou-se ao pensamento progressista do período, passando a ter forte envolvimento político.
Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, chegou a ser preso e exilado durante o regime militar. Nesse período, publicou Poema Sujo (1975), no exílio em Bueno Aires. Voltou ao Brasil em 1977. Ao longo de sua vida, escreveu diversas peças teatrais, em parceria com outros dramaturgos, como Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e Dias Gomes.
Recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2007, com Resmungos. Em 2010, recebeu o Prêmio Camões e, quatro anos mais tarde, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 2016, Ferreira Gullar foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC) no grau máximo Grão Cruz, principal condecoração pública da área da cultura no Brasil.