O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação divulgaram, pela primeira vez, os indicadores de fluxo escolar na educação básica com base em uma metodologia de acompanhamento longitudinal da trajetória dos estudantes. Os dados revelam que, entre os alunos matriculados na 1; e na 2; séries do ensino médio, evadiram da escola de acordo com o Censo Escolar entre os anos de 2014 e 2015, respectivamente 12,7% e 12,1%.
O 9; ano do ensino fundamental tem a terceira maior taxa de evasão (7,7%), seguido pela 3; série do ensino médio (6,7%). Considerando todas as séries do ensino médio, a evasão chega a 11% do total de alunos nessa etapa de ensino.
A série histórica revela, em todas as etapas de ensino, uma queda progressiva na evasão escolar de 2007 a 2013, mas o comportamento se altera em 2014, quando as taxas aumentam. A evasão é maior nas escolas rurais, em todas as etapas de ensino. O Pará tem a mais alta taxa de evasão em todas as etapas de ensino, chegando a 16% no ensino médio.
A migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais expressiva ao fim dso ensino fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no 7; e 8; ano, respectivamente. Em relação à rede de ensino, a migração é maior na rede municipal dos anos finais do ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. Já no ensino médio, a migração é mais expressiva na rede estadual de ensino, com 2,2%.
Já os indicadores de promoção e repetência não são inéditos, mas, pela primeira vez, serão divulgados com detalhamento para todo o território nacional. Passa a ser possível, por exemplo, observar as taxas de cada unidade da Federação e município. Entre 2014 e 2015, a repetência na 1; série do ensino médio chega a 15,2%. O índice também é alto no 6; ano do ensino fundamental, com taxas de 14,1% de repetência.
Rendimento X Fluxo escolar
Os indicadores de rendimento se referem à situação final do aluno ao fim de um período letivo declarada no Censo Escolar, podendo o mesmo ser aprovado, reprovado ou ter abandonado a escola durante aquele ano letivo. Já os indicadores de fluxo escolar avaliam a transição do aluno entre dois anos consecutivos considerando os seguintes cenários possíveis: promoção, repetência, migração para EJA e evasão escolar.
Dados consolidados
Os números inéditos representam um grande avanço no monitoramento da educação e na condução das políticas públicas e só são possíveis a partir da metodologia de coleta de dados individualizados, adotada pelo Censo Escolar desde 2007, e que permitiram um acompanhamento do estudante ao longo de sua trajetória escola. Uma das principais contribuições é a possibilidade de acompanhar os indicadores de todo o território nacional.
Os números de evasão escolar e migração do ensino regular para a educação de jovens e adultos (EJA), inéditos, e os de promoção e repetência, avaliam a transição do aluno entre dois anos consecutivos. Esses indicadores, referentes ao período de 2007 a 2015, foram revelados nesta terça-feira, 20, durante o ;Seminário 10 Anos de Metodologia de Coleta de Dados Individualizada dos Censos Educacionais;, que celebra uma década da metodologia da pesquisa. A conferência com apresentação dos dados de fluxo escolar foi transmitida pelo portal do MEC. Na quarta-feira (21), o Inep reapresentará os Indicadores de Trajetória do Discente da Educação Superior, divulgados no Censo da Educação Superior 2015, além de divulgar dados inéditos sobre a remuneração média dos docentes da Educação Básica.
Seminário
O ;Seminário 10 Anos da Metodologia de Coleta de Dados Individualizados dos Censos Educacionais; faz parte das comemorações dos 80 anos de fundação do Inep e é realizado em 20 e 21 de junho, das 8h30 às 18h, na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília (DF). A programação envolve debates sobre os ganhos informacionais com a mudança da metodologia de coleta de dados, a potencialidade de uso das bases de dados estatísticas e os desafios futuros. O seminário reúne parceiros do Censo Escolar e do Censo da Educação Superior, Secretarias Estaduais de Ensino e Pesquisadores Institucionais, institutos de pesquisa, organizações da sociedade civil, instituições governamentais, associações científicas, além de técnicos e pesquisadores interessados na produção, disseminação e utilização das informações produzidas pelos Censos Educacionais.
Clique aqui para acessar a apresentação completa dos dados.