Aberta ao público, a aula inaugural do curso Introdução à Justiça Restaurativa na Escola para uma Cultura de Paz acontece nesta sexta-feira, 1; de setembro, às 19h, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Recife. O curso é promovido pelo Ministério da Educação em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e busca apresentar alternativas baseadas na cultura do diálogo para resolver impasses dentro dos muros escolares, bem como debater de que maneira elas podem ser mais eficazes do que as tradicionais punições institucionais. O curso é voltado a professores, gestores e membros da patrulha escolar.
Entre os convidados para a aula inaugural estão o coronel da Polícia Militar de Pernambuco Sérgio Rodrigues de Paula, a presidente da Comissão de Direitos Humanos Dom Helder Câmara da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maria José de Matos, e a coordenadora do Movimento Social Mães da Saudade, de Peixinhos, em Olinda (PE). Eles vão relatar experiências bem-sucedidas de aplicação da cultura de paz em escolas.
Em Pernambuco, 26% dos colégios estaduais estão em locais considerados de alta vulnerabilidade. No Recife, este percentual entre as escolas municipais é de 31,5%, enquanto que em Caruaru, segunda maior cidade do estado, chega a 44,4%. Os dados são da gerência de políticas educacionais em educação inclusiva, direitos humanos e cidadania da Secretaria Executiva Estadual de Desenvolvimento de Educação. Levam em conta a localização das escolas e a exposição dos estudantes a situações de risco como tráfico de drogas, agressões físicas, agressões psicológicas e abusos sexuais.
Dentro desses percentuais estão catalogadas, ainda, as infrações graves cometidas por alunos dentro das instituições, tanto contra outros estudantes, quanto contra professores, coordenadores e demais funcionários das escolas. Depredação do patrimônio escolar é outro ponto analisado para composição do índice.
Ao citar os números, a coordenadora de cooperação e de estudos de inovação da diretoria de formação da Fundaj e responsável pelo curso, Maria Ferreira, destaca a importância de debater o tema com a comunidade escolar. ;Vamos falar do tratamento de conflitos e violências no ambiente escolar pelo ângulo da prevenção, do diálogo, da responsabilização, da restauração e da inclusão social. As escolas públicas têm apresentado alto índice de vulnerabilidade à violência e têm inquietado bastante a comunidade escolar;, comentou.
O curso Justiça Restaurativa na Escola para uma Cultura de Paz vai acontecer em dois fins de semana seguidos, com aulas em tempo integral, nos dias 2, 3, 23 e 30 de setembro e de acordo com Maria Ferreira, apresentou uma grande procura. ;Oferecemos 40 vagas e tivemos mais de 150 inscritos;. Todas as aulas são gratuitas e garantirão certificado. Dada a procura, a expectativa é de que novas turmas sejam abertas.