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Projeto ensina crianças a se alimentarem de maneira saudável

Portal MEC
postado em 22/09/2017 18:42

Um grupo de crianças da Grande Dourados, no Mato Grosso do Sul, tem mudado a rotina alimentar graças a um projeto do Núcleo de Nutrição do Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran). A iniciativa, chamada Educação Alimentar Infantil, é voltada a meninas e meninos de cinco a nove anos de idade e ensina de maneira lúdica os benefícios de uma refeição variada, com mais frutas e verduras, para um crescimento saudável.

A coordenadora do projeto, Bruna Roberta Cavalcante, explica que o objetivo é fazer com que o aprendizado de comer bem seja atrativo. ;Essa é a fase ideal de se apresentar os alimentos, descobrir a origem, despertar o interesse deles em experimentar o novo. Normalmente, trabalhamos com métodos lúdicos, com historinhas, dinâmicas e jogos que fazem despertar o interesse das crianças;, afirma.

Os encontros sempre começam com uma dinâmica de ;o que é, o que é?;, na qual a criança, de olhos vendados, tem que descobrir que alimento está diante dela a partir dos sentidos, como tato e olfato. ;Já teve relatos de quem nunca tinha visto uma beterraba, por exemplo, sem ser processada. Então, muitos não sabem como realmente são os alimentos ou de onde eles vieram;, acrescenta Bruna.

Atualmente, 20 crianças participam do projeto, que é totalmente gratuito. São quatro encontros ao longo do mês, nas dependências da Unigran, com duração média de uma hora. Novas vagas são anunciadas periodicamente, e os pais interessados devem procurar o Núcleo de Nutrição da instituição para inscrever seus filhos.

É o caso de Helbia Ribeiro, que cadastrou o filho Matheus Francisco, de cinco anos. Na opinião de Helbia, a iniciativa tem ajudado o garoto a se manter firme na dieta que segue por orientação médica, em razão de complicações de saúde que enfrenta desde muito cedo. ;Eu li [sobre o projeto] no jornal, e no mesmo dia liguei para agendar o nome dele. O Matheus nasceu prematuro, com problemas de coração e de nutrição, além de problema com a proteína do leite. Então, é bem restrita a alimentação dele. Agora, ele está comendo folhas, tomate, uva, abacaxi, laranja;, comemora.

O aprendizado de uma nova forma de se alimentar tem cativado o menino Matheus, que já arrisca dizer o que quer fazer quando crescer. ;Eu quero ser uma pessoa que dá aula de nutrição. São muito bons e fazem muito bem para a saúde os alimentos e as verduras. Eu gosto mais de comer maçã, pera, melão, melancia, abacaxi e, de legumes, eu gosto de folhas, de cenoura e de beterraba;, diz o garoto.

Júlia Crestani, de oito anos, também é uma das crianças participantes do projeto. ;Eu aprendi na pirâmide alimentar que as frutas e legumes são muito importantes para a nossa alimentação;, conta. O irmão mais novo de Júlia também está no projeto. A mãe, Marcia Crestani, conta que isso tem sido importante para equilibrar o peso e ajudar no desenvolvimento dos filhos, deixando de lado os alimentos não tão saudáveis.

;Eles estão dentro do peso normal, mas precisava incentivar uma alimentação mais saudável. Lá, eles aprendem brincando. Fazem a salada de fruta, fazem o sanduíche natural, as meninas [do projeto] falam sobre a pirâmide dos alimentos e, assim, eles entendem que podem comer um pouquinho de doce, mas que devem comer mais outras coisas;, destaca Marcia.

O projeto Educação Alimentar Infantil existe há dois anos. O Núcleo de Nutrição da Unigran também tem levado orientações para as comunidades e colocado os acadêmicos à disposição de escolas para que auxiliem no acompanhamento da merenda dos estudantes da rede.

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