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Encontro aborda desafios dos anos finais do ensino fundamental

Portal MEC
postado em 27/09/2017 20:55

O debate sobre o que as escolas podem fazer para engajar e envolver os alunos nos anos finais do ensino fundamental é necessário. Com base nisso, o Ministério da Educação realiza, nestes dias 27 e 28, em Brasília, o Seminário Internacional Desafios e Oportunidades para os Anos Finais do Ensino Fundamental no Brasil. Durante as mesas e rodadas de discussão, serão abordadas as políticas públicas que podem suavizar a transição para o ensino médio e como os sistemas educacionais podem garantir uma aprendizagem equitativa.

Responsável pela abertura do seminário, na manhã desta quarta-feira, 27, o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva, destacou a importância de se abrir espaço para se discutir os anos finais do ensino fundamental. ;É preciso que o Brasil olhe com mais cuidado para o sexto ao nono ano se a gente pensa em uma educação básica melhor. Para melhorar o ensino médio, é necessário atuar também nessa etapa e esse seminário é um passo importante para a discussão e para encontrar os bons caminhos;, explicou Rossieli. ;A partir do que for discutido aqui, a gente precisa fazer um planejamento estratégico com todos os atores importantes, especialmente, estados e municípios, para a construção de políticas próprias para essa etapa.;

De acordo com o censo escolar de 2016, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), há no Brasil 2.121.200 alunos matriculados no ensino fundamental. Destes, 30% chegam ao nono ano com o aprendizado adequando em português e 14% com conhecimentos apropriados em matemática, o que, segundo Rossieli Soares, é um dado preocupante e que carece de estratégias para reverter esse quadro. ;Melhoramos os indicadores na alfabetização, mas eles não têm se mostrado melhores nas outras etapas. O número de alunos que vai se perdendo é absurdamente grande;, completou.

O seminário é promovido pelo MEC em parceria com o Banco Mundial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Inspirare. Cerca de 150 pessoas de diversas áreas da educação devem participar do debate, entre secretários estaduais e municipais de educação, órgãos como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), coordenadores de ensino fundamental, fundações de apoio à qualidade do ensino, jornalistas e diversos especialistas em educação.

Para Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil, esse intercâmbio de experiências é importante para melhorar a qualidade da educação nos anos finais do ensino fundamental. ;Estou segura de que vamos conversar e ouvir muitas experiências interessantes. Ter um encontro como esse é fundamental para avançarmos e encontrarmos soluções para uma educação mais contextualizada, que se adapte à criança, ao seu ciclo de vida e ao seu ritmo de aprendizado;, apontou.

A representante do Unicef destacou ainda o que acredita ser um fator cultural para o baixo desempenho de crianças e jovens no ensino fundamental. ;Um dos desafios que temos é desnaturalizar o fracasso escolar, sair dessa cultura na qual a gente pensa que a evasão escolar, a repetência, a falta de aprendizagem, a não alfabetização, são elementos naturais, porque não são. Todas as crianças têm o direito de aprender e podem aprender;, reforçou.

Desafio

Na avaliação de Pedro Olinto, coordenador de Desenvolvimento Humano e Pobreza do Banco Mundial, o Brasil tem o desafio de aumentar a produtividade do trabalhador no país. ;A educação é o principal fator que afeta essa produtividade. É importante que o ensino médio seja moderno e, para que ele funcione, você precisa ter o material mais importante, que são os alunos que vêm do ensino fundamental, tanto nos anos iniciais como nos anos finais;, analisou.

Para Olinto, o Brasil pode se inspirar em experiências internacionais bem-sucedidas na área de educação de países vizinhos, a começar por replicar as ações de municípios da fronteira. ;A análise de eficiência mostra que, com os recursos de hoje, se os municípios pudessem emular os bons municípios da fronteira, poderíamos atingir 40% mais no Ideb. Eu acho que entender realmente a função de produção da educação, o que aumenta a eficiência, o que você pode fazer em termos de administração e gestão para melhorar a eficiência do recurso é fundamental;, finalizou o coordenador do Banco Mundial.

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