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Colégio Militar e CEM 09 Ceilândia lideram Olimpíada de Matemática do DF

Primeira olimpíada local da disciplina premiou 180 estudantes do ensino fundamental e médio. GDF estuda conceder bolsas de iniciação científica aos melhores colocados

Jairo Macedo-Especial para o Correio
postado em 07/12/2017 20:23
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A primeira Olimpíada de Matemática do Distrito Federal (OMDF) premiou ontem (7) 180 estudantes do 6; ano do ensino fundamental ao 3; ano do ensino médio pelo desempenho individual após duas fases de provas. Ao todo, 14.242 jovens de 103 escolas públicas e privadas do DF participaram do certame, que teve como maior vencedores o Colégio Militar de Brasília (CMB, com 31 medalhas) e CEM 09 de Ceilândia (20 medalhas).

Os melhores colocados receberam medalhas e garantiram participação em olimpíadas a nível nacional. Na solenidade, o governador Rodrigo Rollemberg afirmou que estuda a possibilidade de, junto ao Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP), conceder bolsas de iniciação científica para os alunos premiados, a exemplo do que faz atualmente o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para os líderes nas Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). ;O desempenho dos estudantes de Brasília nas competições nacionais tem sido brilhante e tenho convicção de que, a partir dessa primeira edição local, estimulamos os alunos e professores a crescer ainda mais;, afirmou. ;Olimpíadas de matemática e ciência são fundamentais, o Brasil necessita de jovens cientistas nessas áreas;, complementou o secretário de Educação Júlio Gregório.

Colégio Militar é campeão de medalhas

Professora e Coordenadora de Matemática do 6; ano do CMB, Janaína Alexandre vê a liderança como resultado de trabalho sério e contínuo do colégio. ;Fazemos trabalho intensivo para as olimpíadas, alcançando bons resultados nos três níveis de competição. É gratificante e fruto de trabalho de 18 professores do ensino fundamental e mais uma dezena do médio;, diz. ;Desde criança, sinto facilidade com contas. O colégio me estimula a evoluir e, hoje, já penso no futuro em algum curso superior na área de exatas;, conta Wilson Oliveira, 15 anos, estudante do 9; ano do colégio, ouro na OMDF e segundo melhor colocado de Brasília na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).

Colega de Wilson no colégio, Letícia Brandão, 14, foi a única menina a ganhar ouro no nível 2. Ela comemora não só a conquista pessoal, mas também a criação do torneio. ;É muito legal estar aqui na primeira edição. Outros estados sempre tiveram eventos semelhantes e a gente ficava na vontade;, conta ela. ;Já ando pensando lá na frente, quando cursar o vestibular. Ainda não decidi o que quero, mas certamente será algo em exatas.;


Projeto especial na Asa Sul

Gabriella Oliveira, 13, também vê nas competições oportunidade para ir além. A aluna do 7; ano do colégio CEF Caseb da Asa Sul é veterana em olimpíadas, acumulando prata e ouro na OBMEP (em 2016 e 2017, respectivamente) e, na OMDF, faturou uma medalha de bronze. ;Estar aqui me estimula a buscar conteúdos além do que encontro na sala de aula;, conta.
Os bons resultados da garota são fruto de trabalho específico desenvolvido pela escola, cujo projeto especial ; com aulas extras da disciplina duas vezes por semana ; resultou em 20 medalhas no evento local e 18 no nacional. ;Após a rotina normal da manhã, eles permanecem na escola à tarde para reforço. Após dois anos de trabalho intensivo, os resultados surgem e a autoestima dos alunos vai lá em cima;, conta Cristina de Jesus Teixeira, professora da instituição. ;A cada competição, vejo temas que foram abordados anteriormente dentro do projeto;, acrescenta Gabriella.


Raciocínio lógico estimula alunos

Bruna Rodrigues Barbosa, 14, estuda no CEF Santos Dumont de Santa Maria e também ganhou ouro. Para ela, o conteúdo programático da prova estimula o raciocínio lógico dentro dos problemas propostos. ;Gosto e me identifico com o formato da prova, que pede muita inteligência e uso prático da matemática. Assim, foi na olimpíada que descobri o amor pelo assunto, que é minha matéria preferida. Faço por diversão até, não por obrigação. Eu ;descanso; fazendo questões;, garante a jovem. ;É importante porque são conteúdos que fazem falta nas escolas públicas. Acabo estudando sozinha para alcançar conteúdos mais complicados;, diz Maiara de Oliveira Cunha, 14, do CEF 02 Guará.

Gabriel Toshes, 18, completou recentemente o ensino médio e hoje se prepara para o vestibular em cursinho no Olimpo. Detentor da melhor nota na Olimpíada do Distrito Federal, ele conta que a escalada foi gradual e veio após tropeço inicial. ;No primeiro ano do ensino medio, fui fazer a OBM e mandei mal, mesmo sendo o melhor do colégio. Não passei da primeira fase. Na sequência, resolvi estudar de verdade e acabei me apaixonando pela disciplina;, conta ele, que também conquistou medalhas em olimpíadas nacionais de física e química. Atualmente, o objetivo principal é alcançar a concorrida vaga de engenharia da computação no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

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