Ao participar do evento Summit: Experiência exitosas na educação básica brasileira, promovido na manhã desta segunda-feira (12/12) pelo Correio, o secretário de Educação do Distrito Federal, Júlio Gregório Filho, destacou o projeto Mulheres Inspiradoras, criado pela professora de Ceilândia Gina Vieira e adotado como programa de governo.
Também presente no evento, Gina Vieira contou que o Mulheres Inspiradoras nasceu de seu processo pessoal. Aos 45 anos, sendo 27 deles "pisando o chão da escola pública", a professora conta que, após sofrer muito bulling na infância, por ser negra, decidiu ensinar para promover mudanças. No entanto, encontrou alunos desinteressados pelo ensino de forma tradicional, o que a fez buscar novas formas de educar.
O ;estalo; veio em 2013. Ao criar uma página em uma rede social, assistiu a um vídeo que mostrava uma aluna de 13 anos dançando uma música de forte teor sexual, sem se incomodar com isso, porque ela e seus colegas achavam letra e coreografia naturais. ;Se essas meninas estão se inspirando na cultura de teor machista, que tal se nos espelharmos em outros modelos?;, indagou Gina, revelando a pergunta inicial que levou ao desenvolvimento do projeto.
A forma de fazer isso foi estimular a leitura livros escritos por ou sobre mulheres, levando assim aos adolescentes, especialmente às garotas, exemplos de mulheres que realizaram feitos que foram muito além da exposição de seus corpos. O programa já atingiu 17 escolas no DF e mais de 3 mil estudantes, com a leitura de 1.526 obras. Muito importante, segundo Gina, foi o desdobramento da ideia, especialmente quando é pedido aos alunos que busquem conhecer a história de uma mulher inspiradora da própria família.
Um projeto que extrapola a escola
Para o secretário Júlio Gregório, segundo o qual a proposta será estendida para toda a rede pública, a ideia "extrapola a escola e é um exemplo de transformação que não é só um discurso, porque vai mexendo com a vida de cada envolvido;. "O objetivo é fomentar a leitura engajada, estimulando a produção autoral, focando a leitura e ultrapassando os muros da escola", explicou. ;Ficamos admirados com uma palestra no Gama, num sábado de manhã, com mais de 2 mil pessoas;, prosseguiu, exemplificando assim o engajamento e o interesse gerado pela iniciativa.
;Devemos nos despedir da escola como ela é hoje e deixar o professor como agente de mudança e transformação social;, apregoa Gina, que ganhou cinco prêmios, nacionais e internacionais, graças ao Mulheres Inspiradoras.