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Espaço para educação participativa

Se o objetivo final da escola é formar cidadãos, qual é o papel do estudante nesta relação? O assunto será debatido durante evento em Ceilândia

Deborah Novais - Especial para o Correio
postado em 12/04/2018 10:09

Participantes do programa frequentam variadas oficinas de acordo com interesse deles

Qual é a função do jovem na construção de uma educação eficaz e de qualidade? Essa é a principal questão a ser debatida na mesa de conversa que ocorre na sede do projeto Jovem de Expressão, no próximo dia 23. A discussão faz parte da Brazil Conference at Harvard and MIT, promovida em 6 e 7 de abril em Boston, nos Estados Unidos.

Jéssica foi uma das cinco embaixadoras que representaram o Brasil nos EUA As pautas debatidas na conferência internacional serão levadas para Ceilândia pela estudante de serviço social e moradora da cidade Jéssica Campos, 26 anos. Ela foi uma das cinco embaixadoras do Brasil escolhidas para conversar sobre problemas e soluções da educação brasileira no evento nos Estados Unidos. No vídeo de inscrição para participar da seleção, ela destacou o objetivo de levar ;visibilidade e representatividade para a comunidade periférica da cidade;.

Com foco nas eleições deste ano e com divisão de debates nos segmentos política, sociedade e economia, palestrantes do Brasil e dos Estados Unidos discursaram para os participantes da conferência durante os dois dias de imersão na questão educacional. ;Houve espaço para que todos pudessem conversar e construir pontes de diálogo sobre como melhorar o país, com muito respeito às diferenças de opinião;, explica a embaixadora da região Centro-Oeste.

;É interessante trazer essa pauta para a nossa região administrativa, porque a gente consegue mostrar que existem outras oportunidades, que é possível ter acesso a ensino de qualidade, à universidade pública e até mesmo ir para o exterior;, opina a coordenadora do Jovem de Expressão, Rayane Soares.

Jéssica se engaja constantemente no ativismo social. Ela foi embaixadora da juventude no programa criado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) e pela Caixa Seguradora ; iniciativa que fomenta a liderança e a participação nas causas que fazem parte dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), como educação de qualidade, erradicação da pobreza e igualdade de gênero. ;Ceilândia, apesar de ser jovem, apresenta elevados índices de vulnerabilidade social e violação de direitos;, destaca a estudante.
Evento

Para ampliar a conversa, Gina Vieira e Erica Butow, idealizadora do projeto Mulheres Inspiradoras e CEO da iniciativa Ensina Brasil, respectivamente, participam do evento em Ceilândia. ;O que eu pretendo propor é como encontrar caminhos para a gente construir outra proposta educacional, com efetividade no aprendizado e no engajamento dos alunos, além de conseguirmos fazer uma escola onde eles se sintam representados;, adianta Gina, que também é professora.

Para ela, a participação do jovem é fundamental na formulação da prática de ensino e no questionamento do modelo educacional vigente. ;A escola que temos foi construída na lógica do silenciamento e do amordaçamento. O que se faz atualmente se assemelha, diversas vezes, muito mais a treinamento e condicionamento do que à aprendizagem de fato;, critica. Gina associa o método ao índice de evasão escolar, porque os alunos ;não se sentem representados; nas instituições educacionais. De acordo com da Regional de Ensino de Ceilândia, há 81.591 estudantes na cidade, e a taxa de evasão escolar é de 5,8%.


Oportunidade
Localizado na Praça do Cidadão, em Ceilândia, o programa social foi criado para atender de adolescente a adultos entre 18 e 29 anos.
Os participantes estão envolvidos em atividades como oficinas de fotografia, cinema, dança, DJ e grafite, de acordo com interesse deles. O principal foco do projeto é atrair os beneficiados para a educação e, dessa forma, afastá-los da criminalidade. O projeto fez parte da série de reportagens do especial ;A cultura livre;, produzido no segundo semestre de 2016 pelo Correio.

Autores negros
A literatura brasileira ainda tem pouca representatividade negra, é pequena a lista de autores negros conhecidos. Para divulgar e dar visibilidade a esses escritores, além de aumentar o acervo de livros de autores negros, este mês o programa Jovem de Expressão abriu mais uma campanha de arrecadação de livros. Quem quiser participar, basta levar a doação ao endereço do programa de 23 de abril a 12 de maio, das 14h às 18h. O endereço você confere em Participe.

Participe
; O quê: Mesa de conversa ;O papel do jovem para que todos tenham uma educação de qualidade;

; Onde: Jovem de Expressão ; EQNM 18/20, Praça do Cidadão, Ceilândia Norte, telefone: 33720957

; Quando: 23 de abril, das 17h às 19h. Mesa de debate da Brazil Conference at Harvard and MIT, com emissão de certificado para os participantes.

; Ingresso: Gratuito e classificação indicativa livre

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