Eduarda Esposito*
postado em 24/04/2018 18:37
Na tarde desta terça-feira (24), um grupo de crianças da Escola Vitória Régia, localizada em Vicente Pires, visitou o Memorial dos Povos Indígenas para aprender mais sobre a história dos primeiros povos brasileiros. Com a ajuda do guia do museu, os alunos conheceram traços culturais e a história dessas populações, que é marcada por dor e sofrimento. No gramado do memorial, está instalado o Acampamento Terra Livre, encontro que reúne mais de 3 mil indígenas de 100 povos, vindos de todas as regiões do país.
Enzo Gabriel Landim, 10 anos, gostou do passeio, que o ajudou a entender melhor na disciplina de história. "Uma grande aula para aprender de onde nós somos. Brasil, África, Europa somos nós", destacou. Isabel Vieira, 9, concorda. Ela acredita que os livros mostram heróis que fizeram muito mal aos índios. "Os indígenas é que são os verdadeiros donos do Brasil", disse.
Na visita, os estudantes assistiram a uma palestra do diretor do Memorial dos Povos Indígenas, Álvaro Tucano. Ele contou um pouco mais sobre suas raízes e o passado de seus ancestrais. Paulo Victor Jesus, 10, achou o discurso do diretor muito bonito e educativo. "Foi uma fala que expressou amor pelas crianças e inteligência. Ele sabia bem o que queria dizer. É um homem sábio e parece ser um bom índio", comentou.
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Acampamento Terra Livre
De acordo com o diretor do Memorial dos Povos Indígenas, Álvaro Tucano, estão presente no acampamento representantes de todas as tribos do país. A estimativa é de que mais tribos cheguem até a próxima sexta-feira (27), quando o encontro termina, aumentando para 4 mil o número de pessoas no acampamento. "Queremos dar visibilidade à questão das demarcações de terras. Somos o maior mosaico cultural, 314 povos, 272 línguas, 13% do território nacional com terras verdes. Não existe no mundo outro lugar com esse poder cultural."
A nação Karajá do Tocantis veio inteira apoiar os povos que ainda necessitam da demarcação de terra em seus territórios, como explica o indígena Laratxi. "Acho legal um povo unido para fazer algo diferente." Laratxi destacou que os cerca de 25 índios Karajá que vieram a Brasília fortalecem a luta pela demarcação, por exemplo, do povo Tupinamba, da Bahia. Riguelmi explica melhor a situação de seu povo: "Não temos nossas terras demarcadas, existem muitos conflitos onde vivemos."
O acampamento ficará no Memorial até sexta-feira (27) com várias atividades como plenárias, audiências, rituais, rezas, danças, lançamentos de projetos e peças teatrais. Conheça a programação completa clicando aqui.
*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá