Gabriela Andrade*
postado em 15/05/2018 14:50
Estudantes do 3; ano do ensino médio do Centro Educacional Sigma da 912 Sul conquistaram o 9; lugar no ranking nacional no Torneio Internacional de Jovens Físicos 2018 (IYPT Brasil), que ocorreu em abril em São Paulo (SP). No âmbito local, a equipe Einstein La Vista Baby 2.0 ficou em 1; lugar entre as escolas de Brasília. ;Uma amiga e meus pais me incentivaram a participar da competição científica e também sempre me dei bem em exatas. É um torneio profundamente engajado na parte experimental de física. Participar foi muito gratificante ainda mais quando se tem um resultado esperado;, explica Guilherme Lôbo, 17 anos, que pretende cursar engenharia agrônomica. A equipe vencedora da competição foi a Pequi de Newton, integrada por alunos de uma escola de Goiânia. Eles receberam medalhas de ouro e representarão o Brasil no torneio internacional, que ocorrerá, no período de 19 a 26 de julho, na China.
O IYPT Brasil é uma competição científica para estudantes do ensino médio de todo o país e é conhecido também como ;Copa do Mundo de Física;. As habilidades e competências exigidas foram para investigar o fenômeno de sete problemas de uma lista de 17 desafios propostos pela organização do evento. Durante o torneio, os alunos tiveram que apresentar e propor resoluções para três dos sete problemas escolhidos.
O primeiro foi o ;Lanterna Radiante;, que consistiu em investigar o porquê de a possibilidade de observar raios de luz emanando do centro de uma lanterna quando esta é fotografada a noite. O segundo foi o ;Pesando o Tempo;, no qual os estudantes precisaram indicar o motivo de uma ampulheta mudar de peso aparente durante o funcionamento dela. O terceiro e último foi o ;Desafio da garrafa; em que os participantes determinaram o lançamento bem-sucedido de uma garrafa plástica, preenchida parcialmente com água de modo que ela pousasse com a base no chão e verticalmente.
Esta é a segunda vez que Eric Guerra, 17, participa do evento. ;Aprofundar os conhecimentos foi uma experiência bem produtiva e interessante. Foi necessário tentar amenizar os erros tanto instrumentais quanto aleatórios e sistemáticos. Um dos desafios foi o da garrafa que pedia para analisar os parâmetros que influenciavam o lançamento bem-sucedido dela;, cita o futuro aluno de engenharia elétrica.
Bruno Couto, 17, conta que física não é uma disciplina de que gosta muito. Ele prefere matemática. No entanto, aprovou bastante a competição. ;Os desafios foram tentar fazer os experimentos de uma forma que o competidor consiga visualizar todos os parâmetros relevantes e também achei muito interessante, pois aprendemos a utilizar os métodos científicos para chegar a uma proposta que melhor resolvesse ou explicasse o fenômeno;, enfatiza.
O coordenador de física do Sigma, Paulo Ferrari, explica que os alunos se interessaram pelo projeto em uma das aulas de extensão. ;Esses encontros servem para aprofundar conteúdos estudados para além do ensino médio e, desde então, a direção abraçou a ideia e já é o segundo ano consecutivo que participamos;, lembra. De acordo com Ferrari, o projeto começou em agosto do ano passado com a publicação dos problemas. ;Então, começamos a escolher quais questões resolveríamos e nos reuníamos semanalmente no laboratório de física para desenvolvermos experimentos e discutirmos o planejamento e a análise do experimento;, conta.
Além disso, o docente destaca que é uma forma de o aluno perceber que a física é uma metodologia para analisar o mundo. ;É uma forma de eles conseguirem entender fenômenos cotidianos ou tecnologias mais avançadas. Esse estudo científico é empolgante e interessante. Não é algo só para pessoas velhas que usam jaleco e óculos, é algo próximo à realidade deles;, explica. ;O torneio é um evento bastante avançado e completamente fora do usual do ensino médio. É voltado para inclinação de pesquisa científica. Requer muitas horas de dedicação fora do horário usual;, finaliza.
*Estagiária sob a supervisão de Ana Sá