Augusto Fernandes
postado em 15/08/2018 06:00
Até o fim do inverno, em 22 de setembro, os estudantes brasilienses terão de se acostumar com umidades relativas do ar mais baixas. Desde o início da semana, o índice tem sido inferior a 20%, considerado um estado de perigo pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Dessa forma, para preservar a saúde dos alunos, as instituições públicas e particulares de ensino do DF terão de seguir recomendações durante o período mais quente da seca.
Segundo a Secretaria de Educação, as aulas da rede pública não serão canceladas devido à baixa umidade no momento. Entretanto, as 14 regionais de ensino do DF estão cientes das recomendações feitas pela Defesa Civil. A principal medida a ser adotada será a interrupção de atividades ao ar livre entre as 10h e as 16h. Os estudantes também serão aconselhados a levar garrafas de água para a sala de aula e liberados sempre que necessário para se hidratarem.
[SAIBAMAIS]O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF) informou que as aulas não serão suspensas, mas as escolas terão de suspender as classes de educação física ao ar livre entre as 10h e as 17h. Aglomerações de pessoas em ambientes fechados durante o mesmo período de tempo também devem ser evitadas. Além disso, cada escola deve estimular profissionais e alunos a se hidratarem, bem como evitar o uso de ar-condicionado e disponibilizar umidificador nos ambientes.
Nos últimos três dias, os valores mínimos da umidade relativa do ar foram 10% (domingo), 12% (segunda-feira) e 16% (ontem). Segundo o Inmet, nas horas mais quentes de hoje, a umidade deve ser de 25%. ;Ainda é baixo. Teremos um pequeno alívio, mas, para que as pessoas tenham boas condições respiratórias, o ideal é que a umidade fique em torno dos 60%. Por isso, reforçamos a importância de se evitar a prática de atividades físicas quando o sol está mais forte e do reforço na hidratação, sobretudo para crianças e adolescentes, que são mais suscetíveis a adoecerem;, diz a meteorologista do Inmet Naiane Araújo.
Existe a possibilidade de chuvas para amanhã e sexta-feira. Isso pode amenizar as condições climáticas, contudo, o fim de semana pode voltar a registrar umidades mais baixas. Na segunda-feira, a Defesa Civil declarou estado de emergência devido aos baixos índices de umidade do ar. durante o período de secura.
A direção do Centro de Ensino Candanguinho, no Sudoeste, recorreu a umidificadores de ar para minimizar os impactos da seca. ;Temos que tornar o ambiente mais agradável aos alunos. A principal reclamação que recebemos é a de que eles têm dificuldade para respirar e, com os umidificadores, conseguimos amenizar a baixa umidade;, explica a vice-diretora do colégio, Virgínia Vargas.
As atividades esportivas foram substituídas por práticas de baixa intensidade, com pouco deslocamento físico e em locais protegidos do sol. Além disso, cada aluno é aconselhado a levar garrafas d;água. Apesar de seguir as dicas do colégio, a aluna do 1; ano do ensino médio Yara Gentil, 15, acabou pegando um resfriado com a repentina mudança no tempo. Sua garganta também ficou inflamada. ;Para mim, é sempre terrível essa época do ano. Além de não conseguir me concentrar durante as aulas, sempre fico doente;, conta.
Mesmo assim, ela já sabe o que fazer para lidar com o clima mais quente. ;Ficar sem as aulas de educação física é ruim, mas temos que pensar na nossa saúde primeiro. Particularmente, eu tento usar roupas mais leves e evitar o ar-condicionado. Também é importante evitar ambientes abafados e beber muita água. Todo o cuidado é necessário;, destaca.
"Teremos um pequeno alívio, mas, para que as pessoas tenham boas condições respiratórias, o ideal é que a umidade fique em torno dos 60%;
Naiane Araújo, meteorologista do Inmet