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Processo seletivo do Colégio Militar Tiradentes recebe queixas de pais

Candidatos teriam recebido caderno de respostas com a ordem das provas invertida, o que gerou confusão entre as crianças. Colégio afirma que houve apenas uma troca, sem prejuízo aos candidatos

Jairo Macedo-Especial para o Correio
postado em 21/08/2018 15:00
Aplicadas em 11 de agosto, as provas do processo seletivo de admissão 2018/2019 do Colégio Militar Tiradentes (CMT) sofreram críticas por parte de alguns pais de candidatos. Isso porque o exame intelectual aplicado na data, que consistia em questões objetivas de matemática, língua portuguesa e ainda a escrita de uma redação, trouxe confusão aos alunos no momento de marcar as respostas. No caderno de provas entregue aos alunos, vieram, primeiramente, as questões de matemática e, em seguida, as de português. No caderno de respostas, contudo, a ordem estaria invertida. A escola defende-se afirmando que houve apenas uma troca de cartão-resposta, em função de erro de impressão, e ninguém saiu prejudicado. Não houve registro de recurso a respeito.

Vanessa Rezende, servidora pública, mãe de uma menina que fez a prova, mostrou-se indignada com a situação, que trouxe confusão aos jovens candidatos ao 6; ano do ensino fundamental, crianças entre 9 e 10 anos de idade. Mais que isso, ela conta que uma segunda via foi oferecida, mas não havia material o suficiente para todos. ;Houve crianças que tiveram uma segunda via para preencher o que erraram. Outras, não. Tiveram vantagem, portanto;, afirma ela. ;É uma falta de respeito com as famílias do Distrito Federal, que investiram dinheiro e tempo na preparação de seus filhos;, opina. Vanessa mostrou ao Correio o caderno de provas da filha, no qual, de fato, matemática vem antes de língua portuguesa. No gabarito preliminar, divulgado em 13 de agosto e disponível no site do colégio, a ordem é inversa.

Trocas de cartão-resposta causaram estranhamento

Pai de outra candidata, o analista de sistemas Flávio Roberto Cruz relata estranhamento por parte da menina quanto a procedimentos na aplicação da prova. Ao longo das 4h30 de exame, a folha de gabarito foi trocada duas vezes pelos fiscais. ;Alegaram que o primeiro caderno de resposta tinha mais questões do que havia na prova. Quando deram a segunda, informaram ao fiscal de prova que o gabarito estava invertido na sequência das provas. Daí então, deram uma terceira folha para corrigir o problema;, relata.

;Não quero ser leviano, mas que é algo no mínimo estranho e desorganizado, é. Já fiz provas de concurso, por exemplo, e nunca vi isso acontecer duas vezes;, pondera Flávio. Ele conta que sua filha, Nicole, de 10 anos, se sentiu prejudicada. ;Ela está em um cursinho específico e fez como preparatório para o processo seletivo do Colégio Militar de Brasília, que é o objetivo principal dela.;

Contudo, as datas previstas em edital para interposição de recurso, 16 e 17 de agosto, passaram sem que a família de Nicole comparecesse ao colégio para registrar suas queixas. ;Não nos julgamos prejudicados. Pelo relato da nossa filha, foi algo sem maior relevância, mas ela é uma criança, certamente não tem a dimensão apropriada do que aconteceu, e só podemos entender esse fato pelos olhos dela. Trocas de cartão-resposta em concursos é sempre algo de se estranhar;, pondera Érica Viana Cruz, mãe de Nicole.

Vanessa Rezende também não registrou recurso, por entender que a queixa não se encaixaria. ;O recurso é por questão, questionando o item do gabarito. Não cabia nesse caso.; Ela afirma que mandou uma mensagem pelo site da escola, mas não recebeu resposta.

Escola afirma que não houve prejuízo aos candidatos

O Colégio Militar Tiradentes garante que não houve qualquer prejuízo aos candidatos. ;Não recebemos nenhum recurso a respeito. Como previsto no edital, os pais devem registrar recurso nas datas estipuladas, o que não aconteceu;, esclareceu a Tenente Lígia Lima, presidente da Comissão Organizadora do processo seletivo. Ela afirma que, de fato, havia um pequeno erro de impressão no cartão-resposta entregue aos alunos. Logo em seguida, o erro foi corrigido com a troca por outro cartão. Esse procedimento ocorreu uma única vez, afirma o colégio. Segundo a Tenente Lígia, a mãe que se sentiu prejudicada deveria ter comparecido pessoalmente no colégio.

Ao todo, houve 838 homologações de inscrições para o concurso. De etapa única, o exame
destina 81 vagas para alunos do 6; ano do ensino fundamental dependentes legais de policiais militares do DF, além de mais nove vagas para a comunidade em geral. A divulgação do gabarito definitivo será em 5 de setembro e o resultado final sai em 5 de dezembro.

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