Darcianne Diogo*
postado em 03/09/2018 16:55
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2017, publicado nesta segunda-feira (3), traz dados escolares do ensino fundamental e médio de todo o país, a partir do desempenho obtido pelos alunos no Saeb 2017 e das taxas de aprovação, calculadas com base no Censo Escolar 2017. O levantamento aponta que há desempenho satisfatório apenas nos anos iniciais do ensino fundamental. Na manhã desta segunda-feira (3), o ministro da Educação, Rossieli Soares, classificou o desempenho geral como "vergonhoso" para o Brasil.
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O Distrito Federal foi uma das unidades que superaram as notas do Ideb nos anos iniciais, com nota de 6,3. Mas o levantamento também apresentou resultados negativos do ensino médio e dos anos finais do ensino fundamental. Confira histórico do Ideb em cada etapa de ensino:
Anos iniciais do ensino fundamental
Nos anos iniciais do ensino fundamental (o chamado fundamental 1, até o quinto ano), o Brasil alcançou o índice de 5,8 pontos em 2017. A meta proposta foi 5,5, ou seja, houve um aumento de 0,3 ponto. Os estados de Amapá (4,6), Rio de Janeiro (5,8) e o Rio Grande do Sul (5,8) não alcançaram suas metas. Desde a criação do Ideb, o Distrito Federal tem aumentado anualmente sua média no fundamental 1, marcando 5,9 pontos em 2013, 6 em 2015 e 6,3 em 2017.
Por outro lado, oito estados se superaram nas notas do Ideb, com nota maior ou igual a 6,0. São eles: Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Ceará, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Cabe destacar o estado do Ceará, que superou a meta proposta para 2017 em 1,4 ponto.
[SAIBAMAIS]
Os estados do Alagoas, Piauí e Ceará apresentaram os maiores crescimentos no período. Ainda é possível observar que São Paulo (6,6), Paraná (6,5), Santa Catarina (6,5) e Minas Gerais (6,5) detêm os maiores Idebs do País nos anos iniciais do ensino fundamental.
Sem a rede privada, o Ideb do Brasil, nos anos iniciais, é 0,3 ponto inferior. Apesar disso, o país mantém uma trajetória consistente de melhoria, superando a meta proposta e atingindo um valor igual a 5,5 em 2017. Isto proporcionou um aumento de 1,9 ponto no Ideb da rede pública entre 2005 e 2017. A rede pública do estado do Ceará, por exemplo, apresentou a melhor evolução nesse mesmo período, passando de 2,8, em 2005, para 6,1, em 2017. Considerando todas as escolas públicas, 71% dos municípios alcançaram a meta proposta para 2017. Confira ranking geral do fundamental 1, considerando instituições da rede pública e privada:

Anos finais do ensino fundamental
Apesar da melhoria do Ideb no fundamental 1, não houve avanço nos anos finais do ensino fundamental. Com índice de 4,7, o Brasil não atingiu a meta de desempenho para 2017. Das 27 unidades da federação, 23 aumentaram o Ideb, mas apenas sete alcançaram a meta proposta. São eles: Rondônia, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso e Goiás. O registro negativo foi a queda do Ideb nos anos finais do ensino fundamental no estado de Minas Gerais. O Distrito Federal figura na 5; colocação, com 4,9 pontos, ao lado de Mato Grosso, Rondônia e Paraná. O DF aumentou 0,3 ponto em relação a 2015.
Os maiores avanços foram alcançados por Amazonas, Ceará e Mato Grosso. Do outro lado, com pouca evolução no Ideb aparecem os estados de Amapá (3,8), Roraima (4,1) e Rio Grande do Sul (4,6). Cabe também destaque para os estados de Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Ceará com os melhores desempenhos nos anos finais do ensino fundamental.
Analisando a rede pública, o Ideb do Brasil é 0,3 ponto inferior. Apenas nove estados tiveram desempenho suficiente para alcançar a meta. Vale ressaltar o estado de Goiás, que superou a meta proposta 2017 (5,1) e, alcançou o melhor índice entre os estados brasileiros. Cerca de 38,5% dos municípios alcançaram a meta proposta, sendo que o estado de Ceará apresenta índice superior a 95% das redes públicas.
Na rede pública, 423 municípios alcançaram a meta do Brasil para 2021, sendo que 27,6% deles, estão em São Paulo. Em outro sentido, 766 municípios têm Ideb até 3,4, dos quais, 29,1% está na Bahia. Na rede estadual, oito estados atingiram a meta proposta: Rondônia, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso. O estado de Goiás é o destaque positivo, sendo o único com Ideb acima de 5,0. Minas Gerais registrou queda de desempenho nos anos finais do ensino fundamental. Quanto à rede municipal, apenas 40,5% dos municípios atingiram a meta. O estado do Ceará se destaca, com mais de 95% dos municípios atingindo a meta de 2017. Nas regiões Norte e Nordeste cerca de 30% das escolas municipais não alcançaram um Ideb de 3,5. Na região Centro-Oeste, essa proporção é igual a 5,8%.
A rede privada não atingiu a meta proposta para 2017. Em apenas três estados houve desempenho nos anos finais do ensino fundamental: Acre, Tocantins e Mato Grosso. A diferença no desempenho no Ideb entre a rede privada e a rede pública é maior nos anos finais (2,0 pontos) quando comparada aos anos iniciais (1,6 ponto). Confira ranking geral do fundamental 2, considerando instituições da rede pública e privada:
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Ensino Médio
Nenhum estado da federação atingiu a meta no ensino médio, estágio do ensino que tem o pior desempenho. Em uma análise das sete edições do Ideb, foi contatado que em três edições consecutivas, o ensino médio não apresentou avanços no desempenho dos alunos. Em 2017, houve crescimento de 0,1 ponto. Apesar disso, o país está distante da meta projetada, que é de 4,7. Cinco estados tiveram redução no valor do Ideb, mas o estado de Espírito Santo teve o melhor desempenho no país (4,4). O Distrito Federal aumentou 0,1 ponto em relação ao último Ideb.
Nove estados alcançaram valores de Ideb igual ou superior a 4,0, são eles: Espírito Santo (4,4), Goiás (4,3), São Paulo (4,2), Distrito Federal (4,1), Pernambuco (4,1), Santa Catarina (4,1), Ceará (4,1), Paraná (4,0) e Rondônia (4,0).
A rede estadual participa com mais de 97% da matrícula na rede pública, evidenciando que o ensino médio é predominantemente de responsabilidade dos governos estaduais e do Distrito Federal. Mas apenas dois estados alcançaram a meta de 2017, Pernambuco e Goiás. Em 2017, o Ideb registrou desempenho inferior a 3,0 pontos, em três estados: Pará, Rio Grande do Norte e Bahia. No outro extremo, aparecem os estados de Goiás, Espírito Santo e Pernambuco com Ideb igual ou superior a 4,0. Confira ranking geral do ensino médio, considerando instituições da rede pública e privada:
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*Estagiária sob supervisão de Ana Sá