Darcianne Diogo*
postado em 11/09/2018 18:02
O servidor público e artesão Divino Faleiros, 60 anos, conhecido como o ;Mágico do Buriti;, ministrará neste sábado (15) uma oficina de cores para crianças. O nome curioso vem da arte desenvolvida por ele. O artesão utiliza talo de buriti, galhos de árvores, tinta e pincel para criar totens (símbolo sagrado adotado como emblema por tribos, o totem costuma ser um poste ou coluna e pode ser representado por objeto).
A oficina será destinada às crianças de todas as idades. Na ocasião, Divino Faleiros ensinará os participantes a colorir os totens. Ao final, todos poderão levar a arte para casa. O evento ocorrerá na Banca da Conceição, na 308 Sul, das 15h às 18h. O custo para participar é de R$ 30 por pessoa, que dão direito ao totem e ao uso das tintas e pincéis.
Da vida para a arte
Para Divino, a oficina será uma forma de passar o trabalho adiante, o que, para ele, é gratificante. ;É uma coisa gostosa. Teve uma vez que fui ministrar em um evento em São Paulo e, as crianças disputavam para pintar o totem. Pude perceber, naquele dia, que elas saíam revigoradas ao pintar.;
Morador do Residencial Ouro Verde, em Goiás, Divino Faleiros se interessou pela arte quando ainda tinha 20 anos. Segundo ele, a ideia de começar a fazer artesanato surgiu como terapia ocupacional. ;É algo que, quando estamos estressados, nos alivia. É um calmante;, diz. Trabalhando desde 1978, o artesão produziu mais de 10 mil artesanatos.
Oficina resgata a infância
Divino também vê a oficina como um resgate de memórias passadas. Ele explica, que devido a alta tecnologia, muitas crianças têm dado valores a bens materiais do que ao relacionamento interpessoal. ;Vemos meninos e meninas com poucos meses de nascidos e o lazer deles é ter um tablet ou celular. As brincadeiras de rua, como peão e bola, foram esquecidos;, argumenta.
O artesão também ministrou diversas oficinas neste tempo. Mas ele conta, que atualmente, o mercado está escasso. ;Antigamente, o pessoal demandava mais, fazia mais eventos, mas agora, uma vez que tudo é pago, ficou mais difícil;, ressalta.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá