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Sigma promove Semana das Pessoas com Deficiência

A ideia é fazer com que os estudantes vivam as diferenças por meio do esporte

Neyrilene Costa*
postado em 20/09/2018 16:28

Nas aulas de educação física do Centro de Ensino Sigma, os alunos estão praticando durante toda a semana modalidades adaptadas de futebol, de vôlei e de tênis de mesa, com limitações de movimento. A ideia é que eles experimentem os desafios enfrentados por cadeirantes, cegos, surdos e pessoas com deficiência mental e intelectual. A iniciativa faz parte da Semana das Pessoas com Deficiência. As atividades começaram segunda-feira (17) e terminam nesta sexta-feira (21), quando é celebrado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. As atividades têm por objetivo combater o preconceito e despertar o respeito e a tolerância com o próximo

Alunos jogam vôlei sentado

A data celebrada no país foi instituída pela Lei 11.133, de 2005, mas a legislação mais importante é a 13.146, de 2015, que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência. O Colégio Sigma promove a Semana das Pessoas com Deficiência há cinco anos e tem por objetivo oferecer por cinco dias aulas de educação física especiais. ;A importância do evento é que os alunos se tornem mais sensíveis à causa de pessoas com deficiência;, explica o coordenador geral de educação física do colégio, Carlos Roberto Teles. ;Ela também faz com que os alunos se interessem mais pelos esportes, além de conscientizá-los;, completa a educadora física Tammy Guimarães.

As atividades estão sendo feitas com estudantes desde a educação infantil (entre 3 e 4 anos) até o ensino médio. ;Todos participam de forma diferente e de acordo com o que podem fazer;, explica o coordenador. Os esportes nesta semana são totalmente adaptados para que os jovens possam vivenciar como eles são na realidade. Carlos Roberto Teles esclarece que os projetos desenvolvidos tiveram inspiração nos jogos da Paralimpíadas. ;Não podemos deixar de falar dessa inspiração, muitas atividades pegamos de lá, mas também criamos outras;, conta.

Esportes adaptados

Os exercícios propostos na semana são as modalidades adaptadas de futebol, vôlei, badminton, circuito guiado, basquete e tênis de mesa. Tudo com limitações de movimento para que os estudantes vivenciem os desafios enfrentados por cadeirantes, cegos, surdos e pessoas com deficiência mental e intelectual. ;As atividades são para que os alunos fiquem próximos dessa realidade que é tão presente;, acrescenta o coordenador.

Segundo a professora de educação física Tammy Guimarães, os estudantes receberam bem a proposta. ;Eles gostam muito porque foge dos jogos simples de todas as aulas;, comenta. Carolina Pereira Oleskovicz, 17 anos, aluna do 3; ano do ensino médio, concorda com a professoraTammy: ;é muito importante porque faz com que as pessoas com deficiência tenham mais integração com a sociedade;, diz.

Carolina Pereira participou de outras edições e gosta muito da semana

Felipe Garret, 18, aluno do 3; ano do ensino médio da unidade Sigma de Águas Claras, tem defciência visual desde que nasceu. Ele não está participando da programação porque precisa focar na preparação para as provas do colégio e do Enem. Mas percebe a importância das atividades: "é legal adaptar os esportes para nossa realidade porque faz com que o outro entenda a situação de quem vive assim", disse.

Erin Carvalho entende a importância da semana.

Os esportes praticados não são simples como muitos pensam e os alunos sentiram dificuldades. ;É bem difícil, mas vale a pena;, diz Erin Carvalho, 15, aluno do 1; ano do ensino médio. Para ela, a atividade foi importante para a conscientização. ;Gerou empatia, porque as pessoas não acompanham os jogos da Paralimpíadas. E, assim, mostra a situação dessas pessoas;, acrescenta. O estudante Thiago César Cabral, 12, do 7; ano, não gostou tanto da atividade. ;É que cansa demais;, relata. Mas, apesar do cansaço, o aluno vê a importância da semana. ;Vivendo na prática percebemos que é muito complicado o que os atletas têm que fazer, eles precisam de garra. Além de superarem diversos preconceitos para fazerem o que querem;, observa.

João Victor compreende a necessidade de atividades como essas na escola.

Para o aluno João Victor Azevedo, 15, do 1; ano, as atividades são necessárias para que os jovens entendam que limitações estão presentes na sociedade que os cercam. ;Muitas pessoas da minha idade não ligam para problemas como esses e a semana chega para mostrar algo que muitas escolas não fazem;, comenta. O estudante também sentiu dificuldade. ;No vôlei sentado com a bola grande é fácil, mas com a da própria atividade não. Mas eu gostei muito;, finaliza.

Thiago César achou cansativo as atividades

*Estagiária sob a supervisão da editora Ana Sá

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