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4º encontro de edtechs Brasília discute inovações na educação brasileira

50 startups de educação se encontraram para debater formas de inovar no ensino nas escolas

Eduarda Esposito*
postado em 16/10/2018 15:20

Representantes de cerca de 50 startups de educação (as chamadas edtechs) e de instituições de ensino participaram, na manhã desta terça-feira, do 4; Edtech Meetup Brasília, na Casa Thomas Jefferson, na L2 Norte. O evento, organizado pela empresa Estudologia, discutiu o tema "inovação nas escolas". As startups apresentaram projetos em áreas, como personalização de ensino, gameficação, plataforma multilaterais, escolas on-line, educação empreendedoras, plataformas EAD e muito mais. Nos estandes, os representantes das edtechs tiveram oportunidade de apresentar seus projetos.

4º encontro edtech Brasília reuniu 50 startups de educação na Casa Thomas Jefferson na Asa Norte

O encontro teve como palestrantes dois expoentes em inovação educacional no Brasil: Luciano Meira, professor de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Felipe Anghinoni, fundador da escola de atividades criativas Perestroika. Luciano abordou em sua fala técnicas de inovação no ensino. ;A transformação da educação é um movimento da sociedade. Enquanto não fizermos isso, teremos apenas experimentos e isso não causará transformação em rede, não na velocidade e volume que é preciso;, explica. O professor disse que, para isso acontecer, é necessário que as escolas tenham líderes para coordenar essas transformações. ;Grupos ou pessoas que energizem essa conversão. Para isso, é necessário que os gestores das redes de ensino permitam a iniciativa;, alertou.

Professor da UFPE Luciano Meira

De acordo com o professor da UFPE, o modelo atual de aula não é ideal, pois não consegue ser eficiente, já que não há aprendizado real. ;Atualmente, 70% dos cursos profissionais são apresentação de conteúdo, não tem a parte prática no currículo, o que é impensável em se tratando de capacitação.; Para o professor, as escolas precisam começar a repensar os métodos de exposição de ensino. ;Um exemplo eficaz é uma escola pública dos Estados Unidos, em San Jose, na Califórnia. Lá, 99% dos alunos de baixa renda ingressam em universidades de ponta da região;, ressalta Luciano. O palestrante explica que a instituição não tem aulas tradicionais. Foi criado um sistema em que o aluno notifica o monitor sobre o conteúdo em que tem dificuldade. Ele vai para uma sessão de exercícios presencial apenas daquele tópico.

estandes para divulgação e conhecimento das edtechs presentes

O docente mostrou, entretanto, que a realidade brasileira é diferente. As escolas públicas, por exemplo, não têm recurso para implementar esse tipo de sistema. ;Mesmo sem dinheiro para comprar computadores, os estudantes brasileiros usam smartphones. O celular pode ser usado para inovações em sala de aula, mas vai demandar logística e esforço para funcionar corretamente;, ressalta. Como o smartphone é de uso pessoal, a escola não precisa investir dinheiro, mas a solução vai exigir a presença de especialistas em smartphones e aplicativos de mensagem. Além disso, será necessário um profissional que possa fazer a ponte entre a inovação e a proposta pedagógica da escola. O professor Luciano Meira também ressalta que o governo não deve focar em melhoria no índice de pesquisas. ;O propósito da educação não pode ser nunca a melhoria de números, mas da qualidade de vida das pessoas, do aprendizado.;

Nathalya Kelday, organizadora do evento

O termo edtech é o acrônimo de education %2b technology (educação tecnologia), startups que tratam de educação, mais especificamente. A organizadora do evento e integrante da edtech Estudologia, Nathalia Kelday, lembrou como esse tipo de encontro surgiu: ;Tenho uma startup e convidei duas edtechs amigas para ensinar o que eu tinha aprendido durante a capacitação. Como estava tudo organizado, resolvi mostrar isso para fora e, quando notei, 30 pessoas estavam no grupo de WhatsApp;, explica Nathalia. ;Acabamos chamando a atenção de um coordenador de curso do Centro Universtiário Iesb, que nos ajudou. O primeiro encontro ocorreu com a participação de 10 edtechs.; A partir daí, o movimento começou a ganhar força. Na segunda edição, 22 empresas participaram.


Nathalia Kelday revela que, em Brasília, como ocorre muitos concursos, as edtechs acabam sendo ligadas a essa área, como é o caso das empresas Rota dos Concursos e Mapa da Prova. ;Além desse segmento, tem algumas ligadas à tecnologia que desenvolveram soluções para as instituições de ensino.; A empresária cita que algumas startups têm crescimento rápido, como foi o caso das empresas Colméia e a Go Educa, mas que nem todas têm essa sorte. ;A taxa de mortalidade de startups, em geral, é alta. Entretanto, as sobreviventes ficam entre as maiores empresas, com grandes lucros;, assegura.

O que é uma startup?

As startups são empresas que possibilitam produção de difusão de produtos em larga escala de uma forma diferente do método tradicional. ;Imagine uma padaria, para aumentar o alcance de vendas é preciso criar outras unidades. Uma startup tem uma grande cobertura com apenas uma sede porque ela cria um sistema que possibilita esse cenário;, explica a organizadora do evento.

*Estagiária sob a supervisão da editora Ana Sá

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