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Compra antecipada de material escolar pode levar a economia; veja dicas

Pais devem ficar atentos, ainda, a preços abusivos em qualquer um dos casos e procurar os direitos caso se sintam lesados.

Luiz Calcagno, Isabela Guimarães*
postado em 04/12/2018 06:00
foto de uma mãe em frente a uma prateleira na livraria, após comprar material escolar dos filhos

Pesquisar preços, adiantar as compras e negociar descontos. Essas são as três principais dicas de economistas e do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) para quem vai comprar o material escolar dos filhos, matriculá-los em uma instituição particular de ensino ou contratar transporte para levá-los até a escola. Todos esses serviços sofreram ou sofrerão reajustes até o início do ano letivo de 2019. Pais devem ficar atentos, ainda, a preços abusivos em qualquer um dos casos e procurar os direitos caso se sintam lesados.

O valor das listas de material escolar costuma variar. De um ano para o outro, os itens exigidos mudam, quando o livro entra na conta, o preço aumenta, e a marca do produto escolhido também interfere. Estabelecimentos comerciais têm liberdade para tabelar os preços. Em janeiro, com o aumento da procura, o estoque diminui e, para repor com velocidade, as lojas compram do atacado em vez da indústria. Nesses casos, o custo também tende a crescer. Além disso, o reajuste médio das escolas particulares ficou entre 8% e 10%, e o do transporte escolar poderá chegar a 15% (veja tabela).

Além de pesquisar os valores do material didático nos estabelecimentos, os pais devem ficar atentos aos preços das vendas on-line. É o que recomenda a diretora de Atendimento do Procon-DF, Fabiana Ferreira. ;O mais importante, em primeiro lugar, é pesquisar. Outra dica é a compra coletiva. Às vezes, se um grupo de pais procura uma papelaria junto, consegue um desconto maior. E escolas não podem oferecer comprar os materiais de ensino dos alunos. Isso é venda casada. É crime. Na lista (de materiais), o pai só deve comprar o que é para uso próprio;, alerta.

De loja em loja

A psicóloga Patrícia Regina Rodrigues, 43 anos, saiu ontem para comprar o material didático da filha, Fernanda, de 14, que estuda no Mackenzie. Ela pesquisou preços em três papelarias. Optou por uma na 509 Sul. ;A conta está mais cara em relação ao ano passado, pois a escola pediu mais livros. Prefiro comprar adiantado. Batalho por descontos e tenho uma noção melhor do quanto posso gastar nas festas de fim de ano. Em 2015, deixei para a última hora e paguei R$ 112 a mais;, lembra.

A estratégia da médica Paula Hungria, 32 anos, para economizar na compra do material do filho mais velho, de 6 anos, é comparar preços também pelo celular. ;Participo de um grupo de pais e sempre tem alguém postando comparativo de valores.;

Em Taguatinga, a aposentada Emília Bernardes Setubal, 42, pesquisava preços para materiais dos três filhos: dois estão no Colégio Militar e um cursa engenharia de software na Universidade de Brasília (UnB). Além de olhar preços, ela participa de um grupo de WhatsApp de venda de livros e uniformes escolares usados a preços mais baixos. ;É ótimo, porque você economiza.; Em Ceilândia, a auxiliar de serviços gerais Ivone Ribeiro, 36, também olhava os valores das listas dos filhos Jadson, 6, e Agatha, 8. ;Onde vejo que está mais barato, compro. Cada R$ 1 economizados já ajuda em casa;, garante.

A reportagem do Correio pesquisou orçamentos de uma lista do 2; ano do ensino fundamental com 49 itens e 14 livros em diversas papelarias da cidade. No primeiro estabelecimento, na 708 Norte, o valor total foi de R$1.513,08. Na Asa Sul, o preço era de R$ 1.515,50. Na QNM 17, a mesma lista saiu por R$ 1.520,07. Em uma papelaria de Taguatinga, o valor foi de R$1.558,55. A variação de preço entre a mais barata e a mais cara foi de R$ 45,47, uma diferença de, aproximadamente, 3%.

Cuidados

De acordo com o presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa), Luis Claudio Megiorin, a média de reajuste esperada para as escolas particulares será de 8% a 10%. Ele reclama da postura dos estabelecimentos. ;Sempre falamos que as escolas trabalham com uma boa margem de lucro. Chega a 30%, e sem transparência;, afirma. Na avaliação dele, alguns estabelecimentos particulares foram sensíveis à crise, mas outros não demonstraram a mesma cautela e pediram o dobro da inflação. ;Os pais devem ficar atentos e saber se o valor cobrado paga o projeto pedagógico;, destaca.

Já Álvaro Moreira Domingues Júnior, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), evita falar em uma média de reajuste, índice que será divulgado pela instituição em janeiro. ;O maior custo é o acordo coletivo com os professores e o INPC mais ganho real de 1%. Pais devem ficar atentos ao contrato, observar valores e conhecer a escola e a proposta pedagógica;, recomenda.

O presidente do Sindicato dos Transportes Escolares do DF, Nazon Simões Vilar, por sua vez, explica que a categoria terá de repassar os aumentos de custo para o consumidor. Segundo ele, além do combustível, os motoristas passaram a pagar mais pelas manutenções. ;Não é só o combustível que subiu. Manutenção, peça, pneu, mão de obra, temos de calcular para saber quanto vamos repassar. Acredito em algo na faixa de 10% a 15%. Os pais não tiveram aumento. Sabemos disso. Mas, em 2018, não repassamos os prejuízos;, explica.

* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer




Anote
; Para procurar o Procon-DF, basta ligar no número 151. O consumidor também pode acionar o órgão pelo e-mail 151@procon.df.gov.br ou ver o endereço de um dos 10 postos do órgão no DF, pelo site www.procon.df.gov.br.

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