Paula Beatriz*
postado em 28/01/2019 06:05
A maior parte dos alunos matriculados nas cerca de 510 escolas particulares do Distrito Federal deve voltar às aulas nesta semana. Alguns colégios já iniciaram o ano letivo na última semana. O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe) estima que 60% das instituições da rede estejam se preparando para retomar o funcionamento nos próximos dias. De acordo com a entidade, serão cerca de 180 mil estudantes e 12 mil professores regressando às atividades. Na rede pública, que conta com cerca de 460 mil matriculados, 26 mil docentes e 680 escolas, as aulas começam um pouco mais tarde, em 11 de fevereiro.Sara Borges de Souza Berbet, 15 anos, começa o 1; ano do ensino médio hoje no Colégio Objetivo, em Samambaia. Para ela, será um dia de grandes mudanças: além de passar pela transição entre o ensino fundamental e o ensino médio, a adolescente estudará num colégio diferente ; até ano passado, era aluna do Colégio Vital Brasil, também em Samambaia. Por isso, há muita expectativa e também ansiedade pelo ano escolar. ;Espero não ter dificuldades de adaptação na nova escola e que eu consiga tirar boas notas ao longo do ano;, conta. A jovem está de olho no Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília (PAS/UnB). ;Farei a primeira etapa este ano. Espero ter uma boa pontuação.;
Planejamento
Para ter bom desempenho tanto na escola quanto na prova, é essencial começar bem a rotina escolar. E é preciso se preocupar com os resultados desde o início. ;Não falte na primeira semana de aula. Não pense que não vai ter matéria nova ou que é só revisão. Existem atividades planejadas para garantir que o ano letivo comece da melhor maneira possível;, alerta a educadora Andrea Ramal. A dica de Juliana Gaspar, professora de química do Centro Educacional Sigma, é apostar no planejamento. ;Os alunos organizados sempre têm resultados melhores; enfatiza.
A organização precisa ser feita com ainda mais cuidado por parte dos que estão em transição entre os ensinos fundamental e médio e por parte daqueles que estão no último ano da educação básica. ;No primeiro caso, o estudante sofre um pouco mais porque a forma de estudar muda e é preciso começar a se preocupar com vestibulares;, explica Josino Nery, professor de português da escola. ;Já o 3; ano também envolve estresse a mais, pois é um ano de fechamento de ciclo;, diz. Para evitar a tensão, nada melhor do que se preparar com antecedência, dedicando-se desde o primeiro dia de aula.
Para Ana Luísa Pires, 16 anos, e Andressa Palomina, 15 anos, alunas do 2; ano do ensino médio, as aulas retornaram na última quarta-feira (23). Nenhuma delas tem certeza sobre o que deseja fazer após o término do curso, porém, estão na fase de traçar objetivos. ;Espero que este ano seja calmo para que eu reserve todas as minhas energias para o terceirão;, conta Ana. Andressa diz que está ansiosa para entrar. ;O apoio da escola será fundamental ao longo deste ano para me ajudar a escolher uma carreira;, diz.
Desafio
Deacostumar-se ao dia a dia de estudos é, em muitos casos, grande desafio para alunos, pais e até professores. De acordo com a psicóloga Maria Isabel Gut, a maior dificuldade vem do relaxamento intenso do corpo e do cérebro que ocorre durante as férias. Assim, os hábitos de sono e alimentação mudam muito. Então, a orientação dela é que as famílias prestem atenção à disciplina a ser estabelecida. ;É interessante que os pais estabeleçam uma nova rotina a partir de 15 dias antes do início das aulas para que o corpo do estudante comece a se preparar, principalmente se for mudar o turno das aulas;, indica.
Outro problema é a alteração de escola. A psicóloga afirma que, nessa situação, os pais precisam passar segurança para os filhos em relação à escolha e providenciar, com antecedência, tudo que o aluno vai precisar para evitar desconfortos no início das aulas. Os colégios também podem ajudar: as instituições devem contar com uma equipe bem engajada para receber os recém-chegados. ;Uma prática legal é ter um ;aluno amigo;: um veterano que mostra a escola;, sugere Maria Isabel.
Independentemente das atividades de boas-vindas, ajustar-se a um estabelecimento de ensino diferente costuma ser um desafio. É o que observa a doutora em educação Andrea Ramal. A dificuldade é ainda maior quando a mudança ocorreu contra a vontade do estudante. É o caso de famílias que tiveram de se mudar de cidade. ;Nesse caso, o jovem deve pensar no novo ano letivo como uma oportunidade para começar uma nova etapa, construindo uma história e uma imagem pessoal mais positivas;, recomenda.
Trânsito
A Polícia Militar (PMDF) promove, anualmente, a Operação Volta às Aulas com o objetivo de trazer mais segurança às vias no perímetro escolar.O helicóptero da PM pousará nos arredores de estabelecimentos de ensino para que alunos conheçam a aeronave policial. O Departamento de Trânsito (Detran) também promove atividades educativas. Hoje, a programação será das 11h às 14h30, no Centro Educacional Sigma da 912 Asa Sul e no Colégio Santo Antônio na 911 Sul. A PMDF também ministra palestras a fim de ajudar a prevenir a violência no ambiente educacional. Hoje, a ação ocorrerá no Colégio La Salle de Águas Claras, das 6h às 10h. No dia 11 de fevereiro, data prevista para volta às aulas das escolas públicas, a ação será no Centro Educacional 1 da Estrutural, localizado na AE 3, Praça Central.
Rede Pública
Entre 2018 e 2019, a Secretaria de Educação do Distrito Federal não fechou nenhuma escola pública e, agora, trabalha para reformar as 200 que precisavam de reparos imediatos. O novo governo assegura que pretende promover renovações contínuas ao longo do ano nas unidades. Para reforçar as equipes que receberão os alunos em 11 de fevereiro, o GDF anunciou a convocação de 4 mil profissionais temporários, aprovados em concurso. Uma novidade é a instituição da figura do ;educador social voluntário;, pessoas da comunidade que auxiliarão em atividades nos colégios sem salário e sem vínculo empregatício. No primeiro edital do tipo, a pasta abriu 6 mil vagas, que devem ser preenchidas entre hoje e quarta-feira (30). Os interessados ganharão ajuda de custo para alimentação e transporte de R$ 30 por dia trabalhado.
Ensino Religioso
O currículo das escolas públicas do DF sofreu alteração que envolve o ensino religioso. O conteúdo se tornou área de conhecimento da base comum, de oferta obrigatória, mas de matrícula facultativa, nos currículos dos ensinos fundamental e médio da rede pública. Ou seja, a disciplina deve constar na grade horária da escola, mas cabe ao estudante decidir se vai cursar a matéria. A determinação vem da Portaria 424 de 24 de dezembro de 2018, que regulamenta o Artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A expectativa da Secretaria de Educação do Distrito Federal é que a mudança não cause grandes diferenças, já que a pasta já seguia o disposto na legislação nacional. Então, a regulamentação local apenas direciona e organiza a oferta da disciplina e o debate sobre o tema nas unidades escolares. O ensino religioso deve ser abordado transversalmente do 1; ao 5; anos do ensino fundamental. Já do 6; ao 9; anos, deve ser trabalhado conforme a composição da matriz curricular.
*Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa
Primeira chamada do Sisu sai segunda
O Ministério da Educação (MEC) libera segunda-feira (28/1) o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Confira no site: sisu.mec.gov.br. Nesta edição, a plataforma oferece mais de 235 mil vagas em instituições de ensino superior públicas. No DF, são 3.180 oportunidades na Universidade de Brasília (UnB), na Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) e no Instituto Federal de Brasília (IFB). Os selecionados devem fazer matrícula entre quarta (30) e a próxima segunda (5). Para entrar na lista de espera, o prazo vai de terça (29) até dia 5.