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Escola Infantil da LBV celebra 40 anos nesta sexta-feira (22)

A instituição atende cerca de 150 crianças em período integral. A festa para comemorar a data começa às 14h na unidade, em Vicente Pires

Tayanne Silva*
postado em 22/02/2019 12:50
Na chácara 40 de Vicente Pires, chama a atenção um ipê, plantado por crianças no quintal, e um prédio amarelo e bem cuidado logo atrás. Por dentro da estrutura, salas, brinquedoteca, biblioteca infantil, área de lazer (com grama artificial multifuncional) e playground proporcionam um ambiente seguro e divertido para alunos. Quem vê assim, não imagina que a estrutura vem do apoio financeiro e emocional da própria comunidade e de voluntários que, há 40 anos, fazem da Escola de Educação Infantil da Legião da Boa Vontade (LBV) uma realidade.
A instituição atende mais de 156 crianças, na faixa etária de 3 a 5 anos, em período integral, além de atender as famílias dos alunos, com um grupo de 36 funcionários (voluntários e contratados). As famílias não pagam mensalidade, todos os serviços são prestados de forma gratuita. ;A escola é um lugar muito lindo para se aprender as coisas e se divertir;, diz, feliz, Laura Sato, 5 anos. Para a colega de sala, Maria Fernanda, 5, a escola também é divertida: ;Eu fico feliz aqui! Gosto dos meus professores, dos coleguinhas e de cantar;, afirma.
Crianças se divertem nas aulas
A escola foi inaugurada em 4 de fevereiro de 1979, em Brasília, pela Legião da Boa Vontade (LBV) ; associação civil de direito privado, beneficente, educacional e sem fins econômicos ;, recebendo o nome do seu fundador e presidente, Alziro Zarur. A instituição tem o objetivo de construir uma cidadania ecumênica, baseada na ética e na solidariedade. A festa de comemoração dos 40 anos da escola é nesta sexta-feira (22), às 14h. A programação conta com apresentações cultural de capoeira do Beribazu e de um musical produzido pelas crianças e voluntários.
Ex-alunos e a comunidade estão convidados para o aniversário. Ao longo das quatro décadas de funcionamento, passaram pela escola cerca de 7 mil crianças. Segundo a diretora, Célia Mendes, 63, que trabalha há 43 anos na LBV e está há 10 na instituição de ensino, o lema da organização é: Aqui se estuda e se forma cérebro e coração. ;Esses valores são importantes para a formação do cidadão e para se tornarem pessoas melhores futuramente;, destaca a diretora. ;É um prazer grande a gente trabalhar com crianças em situações de pobreza ou de vulnerabilidade social! A mantenedora, que é a LBV, visa muito a qualidade, e a nossa preocupação é essa;, reforça.
Laura, com a coleguinha Maria Fernada:

Aprendizagem e amor por meio de gerações

O professor de educação física Douglas Pereira, 32 anos, formado há oito anos pela Universidade Católica de Brasília (UCB), lembra de como iniciou o trabalho na instituição. ;Sempre adorei trabalhar com crianças;, revela. De acordo com Douglas, surgiu uma vaga de emprego na LBV para profissionais de educação física. ;Fui contratado pela escola há sete anos. E foi uma satisfação porque sou ex-aluno;, conta. Douglas explica que o motivo de trazer as filhas gêmeas, Ester e Eloá, de 3 anos, para estudar ali é o fato de confiar na qualidade da educação oferecida pela escola.
;A instituição não está preocupada somente com o conteúdo, ensina também valores de solidariedade, de amor, de amizade. Esse tipo de educação ajudou muito na minha formação pessoal e profissional! Eu quero que minhas filhas tenham essa mesma oportunidade. Conheço a equipe de professores e sei como ela trata os alunos.; O tempo fora da escola parece tê-lo conduzido de volta ao colégio. ;Durante esse período, eu me graduei na faculdade, formei uma família e voltei para cá!”, diz, sorrindo. ;Eu me sinto feliz, porque aqui é uma extensão da minha casa, onde posso acompanhar a vida escolar de minhas filhas. Às vezes, passo pelos corredores para observar como elas estão;, conta.
O professor Douglas é ex-aluno da instituição. As filhas gêmeas dele estudam lá
;Eu trabalho, há 24 anos, como professora de convivência. Entrei como voluntária para participar da Festa das Crianças, em 12 de outubro de 1994;, lembra Carla Cândida, 42, formada em pedagogia pela UCB. Na época, a escola funcionava em Taguatinga, perto da casa da pedagoga. "Sempre escutava as pessoas falando bem da instituição. Fiquei curiosa e resolvi me inscrever para ser voluntária. No início do trabalho, eu fazia um pouco de tudo." Mas o que seria uma professora de convivência? Segundo a pedagoga, é um educador que ensina valores, como amor, gentileza, solidariedade, as palavrinhas mágicas (por favor, obrigada, obrigado, de nada). ;O meu principal objetivo é educar nossos alunos a aprenderem a conviver com várias diferenças e respeitar o outro.;
Carla (esquerda) com a ex-aluna Danyelle, que também se tornou professora
Uma ex-aluna de Carla também se tornou professora e virou colega dela. "Hoje, eu trabalho com ela e, quando era pequena, lhe dizia que quando crescesse, seria professora;, comenta a voluntária Danyelle Fernandes, 25, ao analisar a relação com a, agora, colega. Os pais dela, um profissional de tecnologia da informação e a operadora de telemarketing, ainda são voluntários e estão há mais de 30 anos na LBV. Danyelle entrou na escola aos 3 anos de idade. A pedagoga destaca a importância das doações e da ajuda dada pela comunidade. ;É a mesma ajuda que precisei há anos e, hoje, uma criança precisa também. Temos um método diferente, que é a pedagogia do afeto: a criança que não tem amor em casa tem a possibilidade de receber na escola e trazer sua família para cá.;

Auxílio e amor

Lusinete Pereira, 36 anos, decidiu colocar a filha Isadora, de 5 anos, na unidade por saber que a escola é de qualidade. ;É de período integral, e a escola cuida muito bem das crianças! Sem contar o benefício e a educação que dão, o trabalho dos profissionais é excelente!”, diz, satisfeita, a pedagoga. Ela conta que tinha matriculado a filha em outras instituições particulares, mas a experiência não se compara. ;Eu não gostei tanto quanto gosto da LBV", diz. Lusinete decidiu ser voluntária porque adora trabalhar com crianças.
Lusinete Pereira matriculou a filha de 5 anos, Isadora, na escola pela qualidade do ensino

Na escola

Durante o período em que as crianças estão na escola, elas recebem: quatro refeições diárias (o cardápio é elaborado por uma nutricionista), ganham material didático (estojo, lápis preto e de cor, canetas, apontador, borrachas, tesoura, tubos de cola, tinta guache, cadernos, mochila, régua, entre outros itens de acordo com a idade) e uniformes ao longo do ano ; além de receberem amor, conhecimento e apoio voluntário dos profissionais.
Um dos critérios para a matrícula é que o aluno esteja em situação de vulnerabilidade social e/ou risco pessoal (a criança fica em casa sozinha ou tem alguma dificuldade). O segundo requisito é que os pais conversem com a assistente social da instituição. Em seguida, a criança entrará na lista de espera. Depois, os responsáveis serão entrevistados e conversarão com uma equipe multidisciplinar antes de poderem matricular o filho.
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A escola aceita doações ao longo do ano, de itens como:
  • Brinquedos;
  • Livros infantis novos e em bom estado de conservação (sem estar manchado e/ou rasgado);
  • Alimentos não perecíveis;
  • Materiais escolares ou kits pedagógicos (apontador de lápis, borracha, caderno de brochura, caderno de desenho, caderno quadriculado, caderno universitário, caixa de cola colorida, caixa de giz de cera, caixa de lápis de cor 12 cores grande, entre outros).
Para mais informações, acesse o site da LBV ou entre em contato pelos telefones: (61) 3410-6025/3114-1046.

Anote!

Escola de Educação Infantil da LBV

  • Endereço: Colônia Agrícola Samambaia, chácara, 40 ; Lotes 1 e 2. Vicente Pires - Brasília/DF
  • Horário de funcionamento: das 7h às 16h30 , de segunda a sexta
  • Idade dos alunos: de 3 a 5 anos
  • Período: integral
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá

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