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Número 2 do MEC muda mais uma vez

Iolene Lima é a nova secretária-executiva da pasta, cargo considerado o segundo mais importante do ministério

Ingrid Soares
postado em 14/03/2019 15:15
Mesmo após uma série de polêmicas, Jair Bolsonaro (PSL) já afirmou que Vélez Rodríguez continua à frente da pasta
Em meio a demissões que circundam o Ministério da Educação (MEC) por causa de disputas internas, mais uma mudança. Iolene Lima, diretora de uma escola batista evangélica em São José dos Campos, é a nova secretária-executiva da pasta, cargo considerado o número 2. Ela ocupava o cargo de diretora de formação do MEC.
A troca foi confirmada hoje pelo ministro, por meio das redes sociais: "De volta a Brasília, confirmo que Iolene Lima (@iolenemlima), da Secretaria de Educação Básica, assumirá a Secretaria Executiva do Ministério da Educação", escreveu.
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A pedido do presidente Bolsonaro, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, demitiu, na última terça-feira (12), o número 2 da pasta, o secretário-executivo Luiz Antonio Tozi. Outros seis assessores do alto escalão, ligados ao filósofo Olavo de Carvalho, considerado o guru de Bolsonaro e responsável pela indicação do próprio ministro, foram afastados na semana passada em meio a um embate.
No mesmo dia da demissão de Tozi, foi anunciada a transferência do cargo para Rubens Barreto da Silva, nomeado recentemente para o cargo de secretário executivo adjunto, depois que Eduardo Melo foi exonerado. No entanto, pressões internas não o deixaram sequer assumir o cargo, que nem chegou a ser publicado no Diário Oficial da União (DOU). Essa é a segunda troca.
Iolene tem um perfil que agrada ao grupo mais conservador. Ela dirigia o Colégio Inspire. No site institucional, a escola diz que ;apresenta todos os conteúdos curriculares dentro da cosmovisão bíblica;.

Apoio

O desgaste de Vélez Rodríguez, passou a ser considerado pelo governo como uma oportunidade para assegurar apoio no Congresso à reforma da Previdência. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tem dito que os postos do MEC poderiam acalmar os ânimos e abrir caminho entre parlamentares. O respiro viria em boa hora para os articuladores políticos. O Ministério da Educação sempre foi um posto cobiçado pela bancada evangélica.
Profissionais da área e entidades educacionais têm reclamado que as constantes crises e desavenças em que o MEC tem se envolvido, prejudicam a rotina diária da pasta e podem travar políticas importantes. Enquanto isso, mesmo após uma série de polêmicas, o Planalto tenta evitar a demissão de um segundo ministro em menos de três meses de governo. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) já afirmou que Vélez Rodríguez continua à frente da pasta. Procurado pela reportagem, o MEC não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.

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