O Colégio Sigma lembrou o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, celebrado quinta-feira (21) com uma uma ação especial para reforçar nos alunos a importância de saber conviver de forma harmônica na sociedade e incentivar a tolerância. Durante o intervalo de aulas, estudantes do ensino fundamental II e ensino médio de todas as unidades da escola se reuniram nos pátios das unidades para assistir a um vídeo com depoimentos de colaboradores e professores negros falando sobre a importância da data para promover a conscientização entre os jovens.
O supervisor e coordenador de redação do Ensino Médio, Eli Guimarães, disse que, apesar da data ser muito importante e significativa, é pouco difundida entre os jovens atualmente. ;Essa ação na escola tem um caráter humanista, para que eles entendam que a diversidade é uma das nossas essências, sobre tudo no Brasil;, comenta. Para Eli, a escola não pode focar apenas na dimensão cognitiva dos alunos. A instituição precisa trabalhar também a dimensão afetiva. ;Geralmente é nessa idade que os estudantes cristalizam atitudes de preconceito e intolerância e nós, enquanto educadores, não podemos deixar que de forma alguma que esse preconceito cresça e fique amalgamado;.
A ação foi aprovada pelos alunos presentes. Andressa Gonçalves Costa, 17 anos, da 3; série do ensino médio, acha que é importante que a escola dê mais atenção ao assunto, para que todos comecem a analisar as suas atitudes em todos os ambientes em que estão inseridos. ;É preciso ter mais representatividade, para que as pessoas se identifiquem e reconheçam os seus erros, podendo assim corrigi-los;, diz. A jovem acrescenta que o vídeo apresentado para os alunos foi de extrema importância, pois muitos estudantes tiveram a oportunidade de se identificar com as falas.
Maria Eduarda Rodrigues Lima, 17 anos, aluna da 3; série do ensino médio, afirmou que o evento trouxe uma reflexão sobre privilégios e representatividade. ;É necessário que a gente questione e aponte o que está errado. A nossa geração já iniciou o processo de desconstruir os pensamentos mais intolerantes, mas ainda há muito que se fazer;.
Além do vídeo, os alunos também tiveram a oportunidade de assistir ao professor de Música, Tiago Rocha, que interpretou a canção ;Ebony and Ivory;, de Paul McCartney, que fala sobre conviver em harmonia, superando as diferenças. Os professores da instituição também prepararam um manifesto contra o preconceito, que foi entregue e lido para os alunos.
Dia Internacional Contra a Discriminação Racial
O dia foi criado pela Organização nas Nações Unidades (ONU), em memória ao "Massacre de Shaperville", ocorrido em 21 de março de 1960. Nesta data, em Johanesburgo, na África do Sul. A polícia do regime do Apartheid abriu fogo contra a multidão desarmada de, aproximadamente, 20 mil pessoas que fazia um protesto contra a "Lei do Passe", que obrigava a população negra a portar um cartão com os locais onde era permitida a sua circulação. A violência resultou em 69 mortes e 186 feridos.
No Brasil
A Constituição Federal de 1988, no artigo 5;, classifica a prática do racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão. Em 5 de janeiro, a Lei do Racismo (n; 7.716, de 1989) completou 30 anos e define como crime ações resultantes de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pela lei, praticar ou incitar discriminação e preconceito pode resultar na condenação de um a três anos de prisão, mais multa. Caso o crime se dê por um meio de comunicação social, a pena de reclusão poderá chegar a cinco anos.