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Falência de gráfica que imprime o Enem ameaça colocar o exame em risco

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 02/04/2019 10:52
A realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está ameaçada pela falência da gráfica RR Donnelley, decretada ontem. A empresa era responsável por imprimir as provas desde 2009 e havia assinado contrato com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) até 2019. Pelo cronograma oficial, o exame deve ser aplicado em 3 e 10 de novembro, daqui a sete meses, mas as inscrições começam em 6 maio, data em que a gráfica já precisaria começar os trabalhos.

O Inep ainda não explicou como resolverá o problema. Uma das opções é pedir dispensa de licitação para contratar uma empresa a tempo da aplicação da prova, o que pode ser feito em casos emergenciais. Uma nova licitação demoraria, pelo menos, seis meses. O Correio ligou para o Inep e enviou e-mail para saber os próximos passos, mas não obteve resposta.
Fachada da gráfica

A escolha da empresa precisará ser criteriosa, porque a gráfica responsável pelo Enem faz mais do que apenas imprimir as provas. Ela também organiza o material antes do envio para os locais de prova, o que envolve uma boa logística e um forte esquema de segurança. A RR Donnelley foi contratada em 2009 depois de um vazamento da prova, naquele ano.


Problemas


A falência da gráfica não é o único entrave para a aplicação do Enem. Servidores alertam para a desorganização no Inep, principalmente na diretoria que cuida da prova. Eles reclamam que o instituto está ;completamente parado;, comentou um funcionário que preferiu não se identificar.

Na semana passada, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, demitiu o presidente do instituto, Marcus Vinícius Rodrigues. Em seguida, o chefe da diretoria de avaliação da Educação Básica, Paulo Teixeira, se demitiu. Pelo menos 13 pessoas deixaram ou perderam cargos importantes na pasta desde o início da nova gestão, em janeiro. O governo têm tido muita dificuldade em conciliar grupos divergentes: um mais técnico, boa parte constituída por militares, e outro mais ideológico, que prioriza pautas como o Escola Sem Partido.

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