Luiz Calcagno
postado em 09/04/2019 14:59
O presidente da República, Jair Bolsonaro, empossou, na tarde desta terça-feira (9/4), Abraham Weintraub como novo ministro da Educação. Weintraub tem pela frente o desafio gerenciar uma pasta que registrou, nos primeiros quatro meses de governo, uma série de desgastes, incluindo mais de 10 demissões. A crise é resultado, dentre outras coisas, de uma disputada interna entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho, considerado guru do presidente.
A expectativa é que o novo ministro coloque a pasta para funcionar e se comunique melhor com o Congresso. A escolha do número 1 do MEC veio por meio da indicação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Abraham era secretário imediato de Onyx e tem um perfil mais conciliador, com ideias próximas à de Bolsonaro. Weintraub também é um grande admirador de Olavo de Carvalho.
Em seu discurso de posse, Weintraub se disse disposto a ouvir ideias diferentes das suas, desde que as leis sejam respeitadas. Fez questão de ressaltar o próprio currículo, por exemplo a experiência como professor universitário, justificando ter capacitação suficiente para o cargo de ministro. "Eu vou usar toda minha energia, minha força, e tenho certeza que vou conseguir entregar o resultado esperado. Agradeço a confiança do presidente, do ministro Onyx, e todo o corpo que segura essa nova administração, que vai conseguir mudar a cara do Brasil e direção que a nação estava seguindo", disse.
O novo ministro destacou, ainda, que nos últimos 16 anos, o MEC teve 11 ministros, 70% eram professores universitários e todos oriundos de partidos políticos. Nesse ponto, Abraham garantiu que esse era um diferencial de sua indicação, uma vez que ele não tem partido. Apesar disso, garantiu não ser um grande problema a indicação de filiados, mas que tem as próprias "convicções políticas".
Sobre a saída de Vélez Rodrígues, comparou a troca de ministros com a substituição de jogadores de futebol. Disse que Bolsonaro escalou 22 gestores, o equivalente a dois times, e teve que trocar bons jogadores que não se adequaram ao momento. "Dificilmente você vai ver um técnico que escala dois times não fazer uma ou outra modificação. Não porque os jogadores sejam ruins ou bons. É simplesmente porque naquele momento ele não está respondendo àquela função. Então, eu vejo a substituição como algo natural, e se acontecerem outras, inclusive comigo, tem que ser visto como algo natural", disse o novo chefe do MEC.