Jornal Correio Braziliense

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Alunos apresentam projetos ligados à bioeconomia em feira de ciências

O objetivo da iniciativa é desenvolver projetos interdisciplinares visando à aplicação prática dos conhecimentos adquiridos dentro e fora do ambiente escolar

Durante esta terça-feira (2), os alunos do Centro de Ensino Médio do Cruzeiro (Cemi) deram início a Feira Científica 2019. O tema principal é Bioeconomia e alunos dos 1;, 2; e 3; anos mostraram projetos que foram desenvolvidos durante o segundo bimestre do ano letivo.

A feira é uma forma de selecionar alguns grupos para avançar às próximas fases do Festival de Ciências (Festic). Orientados por professores, os 301 alunos do Cemi se dividiram em 42 grupos de até oito pessoas para desenvolverem um projeto de preferência da equipe. O grupo de Ana Carolina da Silva, 17 anos, apresentou um estudo sobre os países da África que falam espanhol. ;O tema foi escolhido porque queríamos que a professora de espanhol nos orientasse. Ela ia passar um trabalho sobre o assunto e sugeriu que o levássemos para a feira;, disse.
Ana acredita que a iniciativa ajuda bastante os alunos a adquirir mais conhecimento. ;Acho que acrescenta bastante para nós. Eu aprendi muita coisa que não sabia sobre a África;, conta. ;A professora até nos levou para a embaixada da Guiné-Bissau. Foi bem legal;, contou. Ela admitiu que o tema deste ano foi o que mais lhe despertou interesse. ;Gostei bastante de aprender a história de alguns países africanos. Consegui ver que o continente não se resume à fome e à miséria;, diz.

Larissa Ventura, 18, está no terceiro ano e participou do grupo que desenvolveu uma pesquisa sobre capitalismo e sustentabilidade ambiental. ;No início, não gostei muito do tema, mas ao longo do desenvolvimento e das pesquisas comecei a entender como é algo relevante;, admite. ;É necessário que a nossa sociedade entenda que precisamos encontrar uma forma de continuar nos desenvolvendo, mas sem prejudicar o planeta;, explica.

Desenvolvimento pessoal


Diogo Relly, 16, aluno do segundo ano do ensino médio no Cemi, participou da equipe que desenvolveu um jogo de RPG voltado ao ambiente escolar. ;Comecei do zero, não sabia nada sobre programação de jogos e coisas parecidas. Tudo que aprendi foi aqui e por causa da feira;, diz. A equipe de Diogo se interessou tanto pela área que pretendem continuar com o projeto. ;Vamos dar continuidade ao jogo quando a feira acabar. O pessoal da escola se animou bastante com a ideia;, conta.

Tailana Galvão, 19, estudou na instituição do sétimo ao terceiro ano e participou das feiras na época. Este ano, ela voltou como avaliadora dos grupos. ;O evento ajuda bastante os alunos a ter uma interação maior entre eles e abrange conhecimento além do ambiente escolar;, afirma. Hoje, estudante de comunicação organizacional na Universidade de Brasília (UnB), ela acredita que o método auxilia bastante também na fixação de conteúdos. ;Temos que aprender para ensinar para quem vem visitar a feira, então é uma forma estudar;, completa.

Na visão dos docentes


Para o coordenador pedagógico da escola, Danilo Farias, a iniciativa é uma tentativa de inovar os métodos de ensino. ;Ainda estamos presos em um modelo arcaico de educação que não corresponde com as tecnologias que temos disponíveis;, esclarece. Ele afirma que não há um sistema de premiação, mas a feira conta como atividade avaliativa do segundo bimestre. Os melhores projetos, caso os responsáveis se interessem, serão inscritos para as fases regionais e nacionais da Festic. ;Todo ano fazemos a feira, às vezes mandamos quatro projetos; às vezes; quinze, não temos um número limite;, explica.

Tatiana Perdesoli, professora de biologia, acredita que a mudança é necessária e a iniciativa ajuda os alunos a se interessarem por assuntos às vezes desconhecidos. ;Eles aprendem sobre o processo de pesquisa. É uma iniciação para o contato deles com a área da pesquisa;, garante. ;Nós professores tentamos levar os estudantes a dar continuidade à proposta;, diz. Ela acredita que com novas estratégias de ensino os jovens vão chegar mais preparados às faculdades. ;Eles estarão mais familiarizados com métodos de pesquisa e, consequentemente, mais preparados para a vida universitária;, explica.

Fanny Guadalupe, dá aulas de espanhol desde o início do ano na instituição do Cruzeiro Velho. Orientadora de dois grupos, ela considera que trabalhos que fujam da rotina escolar chamam a atenção dos alunos. ;Por meio dessa metodologia, eles são levados a ampliar os conhecimentos e entender que o mundo não se resume àquilo que eles conhecem;, esclarece. ;Por isso, propus aos meus orientandos que pesquisassem sobre a história e as características de países que falam espanhol, mas estão fora da América do Sul;, continua.

A feira continua durante a quarta-feira (3/7) das 9h às 12h e é aberta para o público, com entrada gratuita.
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá