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Escolas particulares do DF retornam o semestre a partir desta semana

A rede pública recomeça as aulas em 29 de julho

Ana Isabel Mansur*
postado em 22/07/2019 13:01
O início do semestre letivo nas escolas particulares será de maneira gradativa a partir desta segunda-feira (22/7), ao passo que as instituições públicas recomeçam as aulas em 29/7.
Estudantes da rede pública ainda têm mais uma semana de recesso
O Colégio Presbiteriano Mackenzie, localizado na QI 5 do Lago Sul, recomeça as aulas, da educação infantil ao ensino médio, nesta segunda-feira. O Colégio Galois, na L2 Sul, retomará as atividades nesta terça-feira (23/7). O Centro Educacional Sigma, com quatro unidades espalhadas pelas Asas Sul e Norte e Águas Claras, e o Centro Educacional Leonardo da Vinci, com unidades nas Asas Sul e Norte e Taguatinga, retomarão o ano letivo em 29/7, para todos os níveis de ensino. O Colégio Olimpo voltará no próximo mês (1/8), tanto para as aulas do 6; ano ao ensino médio, como para as atividades preparatórias (Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA e vestibular). O Colégio Militar de Brasília e o Colégio Militar Dom Pedro II retomaram as atividades em 15/7. O Colégio Militar Tiradentes volta na próxima semana, junto às escolas públicas, em 29/7.

O professor Álvaro é especialista em administração escolarPara o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe/DF), professor Álvaro Moreira Domingues Júnior, o retorno das escolas particulares costuma coincidir, mas não é regra. ;A característica delas é que são geridas em separado, salvo os casos de redes educacionais. Cada uma cumpre um calendário e se organiza segundo o seu projeto pedagógico;, afirma o presidente e atual diretor do Instituto de Educação Infantil (INEI). ;A maioria das escolas volta nesta semana, com as semanas pedagógicas, em que, no geral, há trabalhos para acolher e capacitar os professores e, consequentemente, os alunos;, diz. ;O importante é que o reinício seja produtivo para que os alunos mantenham a vontade de aprender que é, afinal, o trabalho de todos envolvidos;, conclui o professor.

Menos veículos circulam durante as férias

O acompanhamento da quantidade de ônibus que circulam na época do retorno às aulas é feito pela Secretaria Executiva de Mobilidade Urbana

De acordo com o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran/DF), estima-se que houve redução de 25% no fluxo de veículos durante o período das férias escolares. Esse fluxo deve voltar à normalidade a partir do dia 29, quando as aulas terão retornado em quase todos os lugares. As equipes de fiscalização do Detran voltarão a fazer operações para fiscalizar veículos escolares e nas proximidades de escolas, bem como realizarão controle de tráfego em faixas de pedestres para facilitar a fluidez e garantir a segurança dos alunos.

Dicas que podem ajudar pais, estudantes e educadores

Liliane Machado é professora da UnB, com especialização em educação e ênfase em formação de professores, saberes e práticas docentesA professora Liliane Campos Machado, diretora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), defende a recuperação da rotina de estudos como forma de retomar o semestre letivo. ;Apesar de serem poucos dias de recesso, quebra-se a rotina. Então, os pais devem refazê-la com os filhos, priorizando não só as atividades passadas pela escola, mas a condição de ser e estar estudante;, afirma a pedagoga. Ainda de acordo com a diretora, o diálogo deve ser constante, tanto dos pais com a escola como em casa, com as crianças. ;Ainda que com o tempo reduzido, é importante que os pais estejam na escola em reuniões e momentos de conversa, porque leva ao conhecimento da realidade do filho em sala de aula;, diz. ;As famílias precisam conversar sobre a necessidade que é a escola e passar a noção de que esse é o trabalho e a responsabilidade deles hoje. Isso deve ser estabelecido em casa com os pequenos e mantido com os maiores;, conclui a professora.

A professora Sirley dá aula para estudantes da educação infantil até o ensino fundamental 1Para a diretora do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep/DF), professora Sirlei Rodrigues de Sousa, a maior dica para os docentes, tanto no retorno do semestre letivo como em toda vida de ensino, é a afetividade. ;Conhecer, de fato, o aluno e seu contexto é a principal atribuição de um professor. É difícil, mas deve-se priorizar a interação com a criança;, ressalta a professora. ;E se a criança tem problemas em casa, como brigas e separação dos pais? A volta pode se tornar mais complicada. É preciso considerar o contexto e o momento em que a criança e a família estão;, continua Sirley. ;Quando o professor faz o possível para conhecer o histórico do estudante, fica mais fácil trabalhar o lúdico, por exemplo, com dinâmicas diferentes das usuais.; Para ela, a diagnose completa dos alunos deve ser feita em parceria com os pais. ;Na maioria dos casos, a compreensão dos problemas tem origem nos pais. Então, se o professor sabe de onde a criança vem, vai poder avaliar se a maturidade e a psicomotricidade estão de acordo com a idade;, conclui a professora. Sirley pondera que é essencial considerar diferentes realidades sociais dos alunos. ;Faz parte do processo de conhecimento que os professores devem fazer. Há diferença de percepção das crianças em relação a leituras, tecnologias, materiais de apoio usados, por exemplo.;

Alunos e professores têm expectativas para o 2; semestre

As matérias preferidas de Gisele dos Santos são ciências e educação físicaGiselle Souza dos Santos, 13 anos, está no 8; ano do ensino fundamental no Centro de Ensino Fundamental (CEF 01) do Núcleo Bandeirante. Ela conta que está animada com o retorno das aulas. ;Eu estou com saudade dos meus colegas e professores. Eu gosto da minha escola, é uma boa escola;, conta a aluna. Gisele também está animada com as recentes novidades anunciadas pelo Ministério da Educação, as quais estabeleceram, entre outras medidas, a implantação de escolas cívico-militares até 2023. ;Eu acho que vai mudar algumas coisas com a entrada do militarismo, e eu estou bem animada com isso.;
Helena Suassuna, 14 anos, é aluna do 9; ano do Colégio Mackenzie. Ela conta que o primeiro dia de aula, nesta segunda-feira, teve conteúdo novo, já que logo menos os estudantes terão provas e simulados. "Foi super legal, eu reencontrei meus amigos e os professores, foi tranquilo. A única coisa que mudou foram os horários de alguns dias", comenta a aluna. "Eu espero (no 2; semestre) superar minhas dificuldades nas matérias que eu acho mais difíceis. E tentar melhorar minhas notas", torce Helena.
O professor de história Jeová Jordão dá aulas para os anos finais do ensino fundamental. Na foto, o docente posa com o 6º ano B (vespertino) do Centro Educacional Darcy Ribeiro
Para o professor de história Jeová Jordão, as escolas enfrentam dificuldades que ultrapassam o ensino dentro de sala de aula. ;Eu sou professor de história, mas vejo a dificuldade do colégio em administrar algumas logísticas. A quadra de esportes, por exemplo, não é coberta, então a chuva dificulta a prática de atividades físicas;, comenta o professor do Centro Educacional Darcy Ribeiro e do Centro de Ensino Médio 1 (CEM 1), ambos no Paranoá. ;O colégio (Darcy Ribeiro) funciona bem, é grande, bem administrado, com sucesso de avaliação e de aprovação em vestibulares. Fazem falta estruturas como salas multiuso e auditório;, observa o educador, que é professor há 22 anos. Ele pontua diferenças entre o ensino regular e a Educação para Jovens e Adultos (EJA). ;Infelizmente, há muita defasagem. Começa-se o ano com 25 alunos em sala e acaba com 8, por exemplo;, lamenta o docente. ;Boa parte deles trabalha, então há muitas dificuldades em decorrência disso. Eles chegam muito cansados para assistir às aulas.; A expectativa do professor para o 2; semestre letivo é pela continuação do trabalho da equipe, apesar dos empecilhos. ;Eu dou muitas aulas expositivas, então (a minha expectativa é que) os alunos tivessem mais pré-requisitos, participassem mais intensamente do significado de estudar e dessem retorno maior para os professores.; Ele conclui ressaltando a importância dos pais no processo de aprendizado dos estudantes. ;Os pais contribuem muito pouco para que os alunos acompanhem, eles deveriam exigir mais.;
*Estagiária sob a supervisão da editora Ana Sá.

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