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Alunos participam de aula-passeio por Brasília

Projeto pedagógico visa estimular o aprendizado sobre o conteúdo cobrado no PAS

Millena Campello*
postado em 27/09/2019 18:40
Uma aula pelas ruas da capital federal
O Colégio Marista João Paulo II promoveu um passeio, nesta sexta-feira (27), uma aula-passeio por Brasília. O projeto pedagógico visa estimular o aprendizado sobre conteúdo cobrado no Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília (PAS/UnB). As três turmas do primeiro ano do ensino médio foram juntas, divididas em dois ônibus, com cerca de 60 alunos. A aula começou no ônibus. Os professores criaram uma playlist com as músicas cobradas no vestibular e algumas músicas de artistas brasileiros que falam sobre Brasília. É possível acessar essa playlist no Spotify buscando o nome #PASnarua.

Professor de biologia Rodrigo Xavier dá aula sobre vegetação do cerrado, mostrando o objeto de estudo para o alunos
A primeira parada foi no Memorial Darcy Ribeiro, popularmente conhecido como Beijódromo, na UnB. Os professores aproveitaram para falar sobre as escalas monumental, residencial, gregária e bucólica de Brasília; o tombamento da cidade e o papel do cidadão. Após a introdução, os alunos foram divididos em dois grupos. Um dos grupos ficou com o professor de biologia Rodrigo Xavier e o outro, com o professor de artes Fernando Gonzales. Depois de 10 minutos, eles trocaram de professor, de modo que todos escutaram os assuntos das duas matérias.

Em biologia, foram abordados os temas da vegetação do cerrado. Aspectos das folhas, troncos, solo, sazonalidade, casca, entre outros. Tudo isso enquanto os alunos respondiam a perguntas e observavam o tema retratado. Já em arte, eles conversaram sobre a forma do prédio, Darcy Ribeiro e sua relação com os indígenas, além da história por trás dessa construção.

Quando os grupos estavam reunidos outra vez, a assessora na área de ciências humanas, Nanah Vieira, leu uma obra do PAS, o livro Matriz Tupi, de Darcy Ribeiro. Os alunos entraram no memorial e puderam observar as estruturas enquanto o professor Sergio Coutinho, de ensino religioso, explicava rituais indígenas que estavam representados no Memorial.

Protagonismo

Depois disso, foi hora do piquenique. Os alunos se organizaram para levar o lanche, e isso foi pensado estrategicamente. ;A gente poderia ter levado o lanche da escola. Não precisávamos pedir pra eles, mas acreditamos que trabalhar o protagonismo é algo muito importante;, disse Nanah. Enquanto os alunos comiam, colocaram a música Mar de Brasília, mais uma obra cobrada pelo PAS.

A próxima parada foi o Teatro Nacional, também cobrado na avaliação. Os professores explicaram sobre a situação do teatro, fechado desde 2014, e o papel do cidadão na preservação do patrimônio público. A Biblioteca Nacional e o Museu Nacional também foram visitados. Foi falada a questão do espaço público que os cidadãos podem ocupar. Na programação, estava incluída uma visita à exposição Reintegração de Posse, no Museu Nacional.

A quadra modelo, 308 Sul, foi o penúltimo destino da garotada. A história da Igrejinha chamou atenção. Enquanto os professores contavam para os alunos, algumas pessoas que estavam caminhando resolveram parar para escutar. Curiosidades sobre a quadra, como a falta de cercamento dos prédios por causa do projeto do Lúcio Costa, também foram retratadas.

A última parada foi o Parque da Cidade, onde todos puderam pegar melancia, oferecida pela escola. Os alunos que levaram camiseta branca, tiveram a ideia de personalizá-la, com acompanhamento do professor de artes. Com a tela e o spray, os alunos escolhiam a cor e em alguns segundos, a blusa era ;grafitada;.


;Torna o conhecimento mais divertido;

Dalila Louise, 15 anos, aluna do primeiro ano A, descobriu, por meio dessa vivência, que a alma do Darcy é representada por um tronco, no Beijódromo. Para ela, a aula-passeio possibilitou uma série de interações com a cidade, o ambiente, os professores e os alunos. Ela acredita que a metodologia de sala de aula é muito passiva, mas quando os alunos veem o objeto de estudo, fica mais fácil aprender. ;Torna o conhecimento mais divertido.;

Para a professora Nanah, a aula-passeio permite que os alunos saiam das quatro paredes para viver a cidade, sentindo que eles fazem parte daquilo. ;É uma prática de cidadania;. O professor Sérgio destaca a importância de mostrar que nem tudo que é bom é pago. Todos os espaços visitados foram gratuitos, inclusive a exposição.

Júlia Marcolino: Júlia Marcolino, 16, do primeiro ano A, achou a iniciativa muito interessante. ;Normalmente, só vemos as fotos. A gente mora em Brasília, mas não conhecemos a cidade;, disse. Ela, por exemplo, nunca tinha visitado o câmpus da UnB. Júlia tem memória visual, e acredita que, com a aula, vai lembrar os assuntos na hora da prova com mais facilidade.

A aluna acha que a visita foi um momento inspirador. ;Os professores se esforçaram muito para ensinar a gente, e os alunos estão com muita vontade de aprender;, diz. Ela vai fazer o PAS para Relações Internacionais ou Psicologia.


* Estagiária sob a supervisão da editora Ana Sá

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