A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nesta terça-feira (3/12) os resultados de 2018 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
A nova edição do exame mostrou leve melhora dos alunos brasileiros em leitura, matemática e ciências, no entanto o Brasil permanece em baixa posição no ranking. Na avaliação da OCDE, não houve mudanças significativas no resultado nacional.
[FOTO3]
A avaliação ocorre a cada três anos e compara internacionalmente o desempenho de estudantes na faixa dos 15 anos. Em 2018, o Pisa foi aplicado a 600 mil jovens em 79 países. O Brasil ficou entre as 20 nações com pior desempenho.
Para ajudar profissionais da imprensa e outros interessados a entenderem os indicadores, a OCDE e a Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) organizam seminário on-line às 10h desta terça-feira (12). Para assistir, é preciso se cadastrar gratuitamente pelo link.
Durante a transmissão, Camila Moraes, analista de Educação da OCDE, explicou que, na maior parte dos países, a prova foi feita no computador com duração de duras horas. Alguns resultados brasileiros que ela destacou foram: 50% dos alunos no Brasil não atingem o nível 2 em leitura; 55% não atingem o nível 2 em ciência; e 60% não atingem o nível em matemática.
O que é bastante preocupante porque o nível 2 envolve habilidades consideradas básicas. Em leitura, por exemplo, ter o nível 2 significa saber identificar o tema principal de um texto, refletir sobre produções visuais simples, entre outras atividades.
"No Brasil, a inclusão aumentou muito. E esse aumento da inclusão pode mascarar eventuais melhoras nas matérias", pondera.
Investimento x Desempenho
Camila observa que o investimento em educação se reverte em melhora na pontuação até certo ponto. "A partir de um certo investimento no aluno, não adianta só jogar mais dinheiro... O Brasil ainda está na parte onde essa relação é relativamente forte", aponta.
Então, a expectativa é que aumentar o dinheiro investido no ensino pode aumentar os resultados do Brasil no Pisa no futuro. A discrepância entre a pontuação de alunos mais e menos favorecidos é observada em praticamente todos os países que participaram do Pisa e também é realidade no Brasil.