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MEC investirá R$ 45 milhões em programa de incentivo à leitura

O programa, lançado nesta quinta-feira (5/12), pretende estimular os pais e responsáveis a desenvolver estratégias simples e divertidas para incentivar a leitura em família

Maria Eduarda Cardim
postado em 05/12/2019 16:26
[FOTO1] O Ministério da Educação lançou nesta quinta-feira (05/12) o programa Conta pra Mim, que tem o objetivo de incentivar a leitura no ambiente familiar. Além de um guia com dicas e técnicas de literacia familiar disponibilizado no site do MEC, a pasta destinará R$ 45 milhões para implantar espaços de leitura para ensinar os pais a praticar as técnicas em casa.

Ao todo, o MEC prevê a instalação de cinco mil espaços em creches, pré-escolas, museus e bibliotecas até o final de 2020. A ideia é que nestes espaços funcionem oficinas ministradas por professores da rede pública. A recompensa será uma bolsa de incentivo de R$ 300 a R$400. Os professores ofereceram três oficinas com duração de uma hora cada para cada família.

Para ministrar estas oficinas, os professores passarão por um curso semi-presencial. A pasta prevê a formação de 10 mil tutores. A intenção da pasta é de que a adesão e treinamento dos professores ocorra ao longo do primeiro semestre e as oficinas comecem no segundo.

;Pela primeira vez no Brasil existe um programa de valorização da leitura em família. Queremos desenvolver esse hábito não só na classe média e alta, mas em toda população brasileira;, celebrou o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Estes espaços serão destinados prioritariamente a famílias de baixa renda, que recebem o Bolsa Família, e tem crianças de 3 a 5 anos.

Uma das principais preocupações do programa era como encaixar a participação de pais analfabetos no programa. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil 11,3 milhões de analfabetos. Weintraub disse acreditar na capacidade do brasileiro em se adaptar e buscar soluções.

;Acreditamos que mesmo os pais analfabetos vão buscar os cantinhos e buscar formas para conseguir participar disso. Um analfabeto que conta uma história para o filho de cabeça já gera um impacto gigante na educação e ensino dessa criança;, disse o ministro. O secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, reforça que as práticas de literacia familiar não se resumem apenas a leitura em voz alta feita às crianças.

Nadalim destaca a interação verbal como estratégia de literacia familiar. ;Podemos ensinar esses pais analfabetos a melhorar a qualidade da conversação com crianças pequenas;, indica.

Turma da Mônica

O MEC ainda prevê a entrega de um material da Turma da Mônica para os alunos do 1; e 2; ano do ensino fundamental de escolas que aderirem ao programa. ;Todas as escolas públicas do Brasil dos estados que aderirem vão receber esse material da Turma da Mônica;, confirmou Weintraub.

O matéria abordará assuntos da família brasileira, segundo o ministro. De acordo com Weintraub, a escolha em fazer almanaques do Maurício de Souza foi motivada pela ideia de trazer um ;ar de brasilidade; ao material.
;Vai ser só historinha bonitinha. Folclore do brasil para resgatar nossa história, cultura e valores. Sem doutrinar respeitando todas as diferenças que têm no Brasil;, disse.

Política Nacional de Alfabetização

O programa é o primeiro decorrente da Política Nacional de Alfabetização (PNA) lançada em abril de 2019 por meio de um decreto presidencial. De acordo com o MEC, em janeiro de 2020 será lançado um programa de alfabetização escolar como foco na sala de aula e formação de professores.

De acordo com o ministro da Educação, o lançamento do programa logo após os resultados ruins do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados na última terça-feira (3/12), não foi parte de uma estratégia. ;É importante que seja dito que os resultados são referentes a uma prova feita em abril de 2018. Mas não foi uma estratégia. A gente já estava programando tudo isso e acreditamos que vai ser um sucesso estrondoso;, disse o ministro.

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