Correio Braziliense
postado em 03/01/2020 19:51
"Uma vida dedicada à educação". É assim que amigos e familiares descrevem a trajetória do professor de matemática Pedro Romildo Oliveira Pinheiro, que faleceu na última terça-feira (31/12), aos 45 anos, após ser eletrocutado.Ele era diretor do Centro de Ensino Fundamental (CEF) Cerâmica São Paulo, localizado em São Sebastião (DF). A tragédia ocorreu na cidade natal dele, Palmeira do Piauí (PI), localizada ao sul do estado. Segundo familiares, Pedro estava na chácara da família preparando o local para a festa de ano-novo.
Ele estava descalço, limpando a área da comemoração. O chão estava molhado, e Romildo erguei uma extensão do chão para pendurar numa árvore. Foi nesse momento que o educador recebeu um choque muito forte.
De acordo com o sobrinho Igor Pinheiro de Souza, 34 anos, ele chegou ser atendido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e foi levado para o Hospital Regional de Bom Jesus. No entanto, não resistiu e, infelizmente, morreu ao chegar na unidade.
O velório ocorreu na casa da irmã Maria Eliete, em Palmeira do Piauí, e o sepultamento foi ontem (1º/1), às 17h. Para a comunidade do CEF Cerâmica São Paulo, a notícia foi um choque e deixou colegas, pais de alunos e estudantes desolados.
O docente se mudou do Piauí com a esposa, Leandra Almeida Leal, e as duas filhas, de 18 e de 15 anos, para o Distrito Federal, em 2003, porque foi aprovado no concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF).
Morador de São Sebastião, Pedro Romildo trabalhava no Centro Educacional Fundamental Cerâmica São Paulo desde 2003. Ele ocupou a cadeira de matemática da instituição até ser promovido a supervisor da escola e, em seguida, vice-diretor.
Em 2017, venceu a eleição e se tornou o diretor da unidade, promovendo diversas mudanças, transformando-a em modelo para outras escolas. As obras de Pedro Romildo foram tanto físicas — como a reforma do colégio — quando educacionais, já que trabalhou para melhorar a qualidade do ensino do local.
Parceiro da chapa e amigo há mais de 17 anos, o vice-diretor Adelmo Brito, 48 anos, se lembra emocionado do quanto Pedro Romildo era querido por todos, desde alunos e pais, até funcionários e colegas. "Era um grande amigo, todo mundo gostava dele. Era muito querido, ouvia as crianças, trazia as famílias para dentro da escola e sempre procurava trazer coisas novas", define.
Adelane Pinheiro Lemos, 36 anos, sobrinha de Pedro Romildo, conta que ele sempre foi comprometido com as escolas em que trabalhou, pois acreditava que a educação é a melhor forma de mudar a vida das pessoas. "Era um homem muito responsável, batalhador, honesto, que valorizava muito a vida e a família. Muito atencioso, amoroso e extrovertido, estava sempre disposto a ajudar as pessoas", pontua.
No Facebook, alunos e colegas prestaram diversas condolências ao professor. Nair Almeida, mãe de um estudante, reconheceu todo o cuidado e apreço que o diretor teve com o filho dela.
Neste sábado (4/1), às 14h, o CEF Cerâmica São Paulo sediará um culto ecumênico, organizado pelos colegas, em homenagem ao diretor. A unidade fica localizada na Rua 1, nº 101, Setor Tradicional São Sebastião. O evento será aberto à comunidade. Informações: (61) 3901-7702.
Confira algumas mensagens de despedida postadas no mural do diretor na rede social:
"Que notícia triste, Pedro foi um ótimo diretor. Exemplar e honesto. Que Deus o receba de braços abertos, e que a família sinta o conforto necessário nesse momento triste", declarou Lanusse Kawany.
"Muito triste essa notícia. Grande colega de trabalho, um ser humano incrível. Estará sempre em nossos corações", disse Alessandra Silva.
"Vamos sentir muita saudade de seu jeito alegre de ensinar matemática. Que Deus dê um bom lugar pra vc... Vou rezar por vc. Descanse em paz", desejou Neu Cardoso.
"Ainda tive a honra de agradecer por ter cuidado do meu filho Pedro por três anos... Ele estava tão feliz no dia da formatura dos meninos. Assim como ele cuidou dos nossos filhos, agora Deus vai cuida dele", afirmou Nair Almeida.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa
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