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'Já saiu muita porcaria', diz Weintraub sobre 'limpa' feito em livros

O ministro da Educação, confirmou que o governo vai mudar os livros didáticos a partir de 2021, também anunciou 'suavizar' a linguagem das obras por considerar que os exemplares têm 'muita coisa escrita'

Correio Braziliense
postado em 07/01/2020 12:34
O objetivo do governo é produzir livros sem ideologiasO ministro da Educação, Abraham Weintraub, confirmou que o governo vai mudar os livros didáticos a partir de 2021, como antecipou o presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira (3/1). Em live para anunciar as ações da pasta em 2019, no Palácio do Planalto, ao lado de Bolsonaro, disse que o governo deu "uma limpada boa” e que “saiu muita porcaria”. Mas sustentou que outros livros que “a gente não gosta” perderão os contratos.

Na sexta-feira (3/1), Bolsonaro criticou os livros didáticos atuais, classificados por ele como “lixo”. Também anunciou que o governo deve, a partir de 2021, “suavizar” a linguagem das obras por considerar que os livros têm “muita coisa escrita”. Weintraub admitiu que isso ocorrerá, mas sem dar prazo, respeitando os contratos. “O que existe, ainda, são alguns livros, daqueles que a gente manda, são contratos. (Os críticos) começaram falando que (o governo) não vai respeitar as leis, cumprir a Constituição. Justamente o oposto. Vamos respeitar as leis, os contratos foram assinados. A gente já deu uma limpada, uma boa limpada, já saiu muita porcaria, mas ainda vai alguns que a gente não gosta”, afirmou. 

A medida de mudanças dos livros escolares, bem como outras ações adotadas pelo governo, visa uma educação capaz de tirar o Brasil do “fundo do poço” no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). “O fundo do poço ficou em 2018. O senhor vai marcar já a reversão disso. Não dá para colocar em primeiro lugar a América do Sul ainda, porque estamos em último, mas vamos sair do fundo do poço”, declarou Weintraub, nesta terça-feira (7/1). 

O objetivo do governo é produzir livros sem ideologias. Na sexta, Bolsonaro disse que o governo deve buscar fazer com que a “garotada” tenha um ensino que possa ser útil sem “ficar nessa história de ideologia”. Nesta terça, o presidente reforçou. “Ideologia de gênero não é para ser discutido lá (nas escolas). O pai quer que o filho seja homem, e a filha seja mulher”, sustentou. Weintraub concordou. “Quem educa é família, escola ensina. A gente espera que a família eduque as crianças”, destacou. 

O ministro da Educação disse, neste governo, “sai o kit gay e entra a leitura em família”, ao fazer referência ao “Cantinho Conta pra Mim”. O programa vai destinar R$ 45 milhões em 2020. Serão cinco mil espaços criados em creches, pré-escolas, museus e bibliotecas para receber as crianças e ensinar os pais a praticar as técnicas de literacia em casa. “Um dos símbolos maiores é a família, onde temos nosso mascote. Sou fã do Tito, que busca valorizar o papel da família com as crianças pequenas nesses primeiros momentos. Sai o kit gay e entra a leitura em família”, disse.

Lula e Paulo Freire

A meta das ações educacionais que começam e continuar a ser desenvolvidas em 2020 tem por objetivo garantir uma educação experimental e que desenvolva o aprendizado de alunos da educação básica. Ao destacar isso, Bolsonaro fez críticas ao educador Paulo Freire, patrono da educação brasileira. “Qual o resultado da educação direcionada pelo (ex-presidente) Lula? O Brasil é o último lugar (do Pisa) na América do Sul. E quem é o patrono? Paulo Freire. Não deu certo. temos que reconhecer que não deu certo”, declarou. 

O ministro da Educação sustentou que o resultado do Pisa de 2019 foi aferido com dados coletados em 2018. “Esse Pisa que saiu, que o Brasil está na última posição (na América do Sul), é de 2018. O jovem que entrou no primeiro Enem, segurou a canetinha com Lula presidente, fez Pisa em 2018”, ressaltou Weintraub. Ele prometeu que, a partir da atual gestão, o cenário será diferente. 

O chefe da política educacional disse que o modelo de Paulo Freire não propôs aos alunos um sistema pautado nas experiências, diferentemente do que a atual gestão propõe, diz Weintraub. “Prova científica é evidência empírica. O que vimos depois de 20 anos? O Brasil é o último no Pisa. Todos que usam métodos não científicos estão ruins no Pisa”, avaliou. 

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