Correio Braziliense
postado em 07/02/2020 17:15
O Distrito Federal terá mais 14 escolas públicas participantes no Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), conforme divulgou o Ministério da Educação (MEC). Foram selecionadas instituições localizadas no Gama, Guará, Planaltina, Samambaia, Ceilândia e Brazlândia. Somadas às 12 que já eram participantes do programa, serão 26 no DF. Em todo o país são 1.439. Além das 14 escolas do DF, o MEC divulgou o nome de outras 398 instituições de ensino. A pasta vai investir R$ 83,2 milhões para a criação de 41.130 novas vagas nas 412 escolas selecionadas. As vagas são destinadas para matrículas do ano letivo de 2020 e devem ser consultadas nas instituições de ensino.
Cada aluno matriculado no modelo de ensino é custeado com R$ 2 mil do programa. Serão contempladas escolas públicas de 26 unidades da Federação que demonstraram interesse no programa e passaram na seleção de critérios estabelecidos por portaria do MEC.
O programa prioriza escolas que possuam alta vulnerabilidade econômica socioeconômica em relação a rede de ensino, pelo menos 40 vagas no 1° ano do ensino médio, entre outros fatores. O EMTI foi criado em 2016 no governo Michel Temer com o objetivo de diminuir a evasão escolar e repetência por meio de repasse de recursos para as Secretarias de Educação adequarem escolas ao tempo integral.
De acordo com a Secretaria de Educação do DF, o ensino médio em tempo integral estimula a permanência de jovens na escola, uma vez que são ofertados projetos de escolha do estudante e que incrementam sua formação escolar. “Para isso, são necessários investimentos, tanto para o âmbito pedagógico, quanto para a infraestrutura das unidades que oferecem a modalidade”, destacou em nota.
Para a diretora do Centro de Ensino Médio 1 do Guará, Cynara Martins, a iniciativa do ensino integral é de suma importância para a formação dos estudantes. “Foi percebendo a vontade dos alunos de estarem aqui que decidimos participar. Uma parte deles vai estar aqui de forma integral, mas todos serão impactados pelas melhorias na escola”, assegura. Graças ao aporte, a instituição poderá atender de forma integral 120 alunos do 1° ano em 2020. A expectativa é que nós próximos anos o ensino integral seja expandido para os alunos do 2° e 3° ano da escola.
Aumento da aprendizagem
Em avaliações do próprio ministério, as escolas de tempo integral apresentam melhores resultados educacionais no país. As instituições que aderiram ao ensino médio integral têm carga horária superior a 35 horas semanais, ou seja, no mínimo sete horas por dia. Segundo o MEC, o número de estudantes que passam pelo menos sete horas diárias em atividades escolares cresceu consistentemente nos últimos anos. “Em 2019, chegou a 10,8% do total de matrículas do ensino médio. A maioria desses alunos está na rede pública em que o tempo integral chega a representar 11,7% das matrículas. Em 2018, essa participação era de 9,5%”, destacou em nota.
A maior referência na área é Pernambuco, pois foi uma das primeiras unidades da Federação a implantar o modelo de ensino, em 2004. No estado, os estudantes saltaram da 22ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em 2007, para a terceira em 2017. Segundo a Secretaria de Educação de Pernambuco, o estado possui 798 escolas de ensino médio. Destas, 438 são integrais.
Segundo o MEC, o secretário de Educação Básica do MEC, Jânio Macedo, considera que os recursos aplicados fomentam o aumento da carga horário no ensino dos jovens. “Nosso objetivo é promover maior inclusão, melhores resultados e beneficiar instituições em vulnerabilidade social para reduzir a evasão escolar”, afirmou.
De acordo com Caio Sato, coordenador do núcleo de inteligência da organização sem fins lucrativos Todos pela Educação, a expansão da carga horária, quando acompanhada de qualidade no ensino, pode apresentar altos índices de melhoria na aprendizagem dos jovens. O motivo é a continuidade no conteúdo dentro e fora de sala de aula, complementado por atividades extraclasse.
Sato assegura que o ensino integral é um viabilizador do Novo Modelo de ensino médio, que aumenta o protagonismo estudantil. Além disso, ele defende que o EMTI é melhor para a formação do estudante do que as escolas cívico militares. “O integral tem viés de equidade, pois não coloca requisitos para participação. Já o cívico tem filtros que acabam introduzindo selecionando os estudantes”, disse. “Uma vez que se controla a entrada, o resultado no ensino não é tão expressivo.”
Gestão
Em novembro do ano passado, o ministro Abraham Weintraub prometeu que em 2020 ampliaria a modalidade para 500 novas unidades com o aporte de R$ 80 milhões, para atender 40 mil alunos. Logo, o número de escolas diminuiu, mas as matrículas e o investimento aumentaram. O MEC assegura que “a inclusão de mais escolas no âmbito do EMTI está condicionada à disponibilidade orçamentária.”
A gestão de Weintraub tem sido criticada por parlamentares do Congresso Nacional, que nesta semana encaminharam ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de impeachment. A solicitação se baseia no relatório produzido pela Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação (MEC), presidida pela deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP).
No relatório, que possui 273 páginas, os deputados avaliaram o planejamento e a gestão do ministério como “muito aquém do esperado e insuficientes para dar conta dos desafios educacionais que se apresentam no país”.
*Estagiária sob a supervisão de
- CED 08 DO GAMA
- CEM 02 DO GAMA
- CEM 01 DO GUARÁ
- CED 01 DE PLANALTINA
- CED POMPILIO MARQUES DE SOUZA
- CED STELLA DOS CHERUBINS GUIMARAES TROIS
- CED 619 DE SAMAMBAIA
- CEF PIPIRIPAU II
- CED 123 DE SAMAMBAIA
- CED 04 DE SOBRADINHO
- CEM 03 DO GAMA
- CEM 111 DO RECANTO DAS EMAS
- CEM 02 DE BRAZLÂNDIA
- CEM 03 DE CEILÂNDIA
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