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Falha no sistema provoca erro na contratação de professores temporários

Educadores que passaram no processo seletivo em colocações que garantiam a convocação não conseguiram trabalho

Correio Braziliense
postado em 11/02/2020 15:24
Na manhã desta terça-feira (11/2), os professores foram à Coordenação Regional de Ensino de Plano Piloto em busca de respostasProfessores temporários se reuniram na Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto para reclamar sobre falha nas contratações. Educadores que passaram no processo seletivo em colocações que garantiam a convocação não conseguiram trabalho. O erro foi provocado pelo novo sistema da Secretaria de Educação, que duplicou as carências e fez com que algumas vagas fossem preenchidas por candidatos menos recomendados. Ao menos 40 docentes se queixaram do problema na manhã desta terça-feira (11/2).  

O professor Ciro Thomé, 25 anos, foi aprovado em primeiro lugar. De acordo com ele, a convocação aconteceu repentinamente no sábado (8/1), por meio de um aviso no site da Secretaria de Educação. “No mesmo dia, cheguei à unidade de ensino e descobri que tinha perdido a vaga”, reclamou. Segundo o educador, não há acompanhamento por parte do governo. “Não telefonam para a gente e pedem apenas para acompanharmos no site. Hoje, apenas pegaram nosso número e falaram que vão dar algum retorno”, frisou.  

Aprovada em terceiro lugar, a professora Taissa Lopes, 35, enfrenta um problema semelhante. Na sexta-feira (7/2), ela recebeu o comunicado de que poderia escolher a unidade de ensino onde lecionaria. “Compareci à escola, entreguei a documentação e fui trabalhar na segunda-feira (10/2). Porém, descobri que haviam dado uma vaga para outra pessoa, que tinha preferência, e que haviam colocado outras pessoas na minha”, lamentou.  

De acordo com Taissa, ela ficou sem poder de escolha e está perdendo um tempo em que deveria estar trabalhando. “Não temos nenhuma posição sobre isso. A gente está com esse problema e ao mesmo tempo deixando de ganhar dinheiro”, criticou. A professora destacou que trabalha como temporária há seis anos e essa é a terceira vez que tem problemas no momento de começar a dar aulas. 

Erro no sistema 

Enquanto a reportagem do Correio esteve na Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto, um funcionário comunicou que ocorreu um erro em um sistema que ainda está em fase de implementação. “Não conseguimos dizer quantas carências estão preenchidas. Estamos aguardando resposta do GDF (Governo do Distrito Federal) e das escolas para podermos falar quantas vagas vão ser preenchidas e como está a situação dos problemas que já começaram”, ressaltou.  

Esse funcionário, que não quis se identificar, orientou os professores a deixarem o nome anotado e disse que eles dariam um retorno sobre a situação dos docentes. “Estamos tentando resolver mais carências, mas não tem como dizer se isso acontecerá esta semana”, reforçou. De acordo com ele, a convocação será feita por meio de telefone.  

A diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro) Vilmara Pereira do Carmo disse que a entidade está acompanhando o caso. “O maior problema que temos é um problema que não foi eficiente e gerou duas ou três convocações para a mesma carência. Os professores têm o direito de trabalhar e precisam ter isso respeitado”, comentou.  

De acordo com Vilmara, a Secretaria de Educação precisa definir as vagas de cada escolas, nomear quem de fato foi chamado e disponibilizar essas informações para chamar os docentes nessa situação. “A Regional (de Ensino do Plano Piloto) está de mãos atadas, justamente porque o sistema é distrital”, reforçou.  

Por meio de nota oficial, a Secretaria de Educação informou que houve um “erro pontual” apenas nas unidades localizadas no Plano Piloto o que causou alocação de profissionais fora da convocação. “Foram chamados uns 15 a mais”, explicou o texto. Ainda de acordo com a pasta, a situação será normalizada e os professores chamados terão que voltar para a fila.  

O órgão frisou que 8,5 mil educadores temporários fazem parte da rede pública do DF e que esses profissionais são chamados para cobrir carências previstas em lei, tais como afastamentos e licenças de servidores efetivos.  

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