Correio Braziliense
postado em 13/03/2020 06:00
Mais de 510 professores que estão no cadastro de reserva do último concurso público para cargos efetivos na Secretaria de Educação aguardam convocação. Eles podem ser chamados até setembro do ano que vem. A expectativa de que isso ocorra aumentou após a nomeação, no fim da semana passada, de 821 profissionais (800 efetivos de 40 horas e 21 de 20 horas), que poderão assumir os postos a partir de abril.
O edital do concurso, que ocorreu em 2017, ofereceu 2 mil vagas. No entanto, segundo informou a secretaria, desde 2018, 2,5 mil professores aprovados foram convocados. Apesar de exceder o número total das vagas disponíveis, a Lei Distrital n° 6.488, de janeiro de 2020, estabelece que os candidatos que não tenham sido classificados entre o quantitativo disponibilizado no certame não podem ser considerados eliminados.
“Acreditamos que, até setembro de 2021, conseguiremos zerar os 514 docentes que ainda restam, tendo em vista o número de aposentadorias que estamos registrando nos últimos anos”, afirmou a subsecretária de Gestão de Pessoas da pasta, Kelly Bueno. Os novos docentes atuarão na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a maioria para atender a demanda do componente do currículo chamado de Atividades. Além disso, foram convocados professores de artes, biologia, ciências naturais, filosofia, física, geografia, história, espanhol, francês, inglês, português, matemática, química e sociologia.
Reforço
A rede pública de ensino do Distrito Federal conta 450 mil estudantes, distribuídos em 683 instituições de ensino. Os alunos são atendidos por 26 mil professores efetivos e 8.554 temporários. Segundo a secretaria, os novos docentes darão aulas nas escolas em que há mais carência de professores definitivos.
O diretor do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) Samuel Fernandes defende que as convocações são fundamentais para a rede. Contudo, segundo ele, professores temporários têm ocupado as vagas que deveriam ser destinadas aos efetivos.
“Em 2019, por exemplo, houve cerca de 2 mil aposentadorias, o que é considerado um número alto. Entretanto, o governo não fez a substituição nas messmas proporções”, ressalta. “O aluno é afetado com as trocas de professores durante o ano, porque acaba que a criança e o adolescente criam um vínculo com o profissional e, quando ele muda de instituição, a sequência de trabalhos não é mais a mesma”, completa.
De acordo com Kelly Bueno, 80 vagas estão sendo ocupadas desse modo. “Essas nomeações visam ao suprimento de vacâncias, além de afastamentos de longa duração dos professores efetivos que saem da regência de classe para atuar na gestão da escola ou por motivo de readaptação funcional do cargo, ou ainda para afastamentos previstos em lei”, argumenta.
A professora Eldiceia de Oliveira, 50, é uma das candidatas classificadas no certame. Em 2014, ela passou no concurso público da Secretaria de Educação do Estado de Goiás e, até o momento, dá aulas em uma escola da Cidade Ocidental. Com a aprovação, a docente pedirá exoneração e assumirá o cargo no DF. “Como moro em Taguatinga, vai ficar mais perto do trabalho. Quando vi a publicação do edital, não pensei duas vezes em me candidatar, mas demorou para chamar os classificados. Mesmo assim, estou feliz por saber que vou trabalhar em Brasília.”
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