Correio Braziliense
postado em 20/03/2020 20:01
Pesquisadores do Instituto Federal de Goiás (IFG) estão produzindo álcool 70% glicerinado no laboratório da instituição na unidade de Luziânia (GO). O objetivo era produzir álcool em gel, mas, devido a escassez do componente químico que transforma o produto em gel, estão fabricando na forma líquida.
A iniciativa surgiu da vontade de contribuir com comunidades carentes em meio à crise do coronavírus, que levou à escassez de álcool em gel nas farmácias. O grupo pretende distribuir frascos para a população carente de Luziânia, como explica o diretor do câmpus do IFG de Luziânia, Reinaldo Reis. “É uma população que dificilmente têm condições de fazer home office, muitos ainda fazem uso dos transportes coletivos, ficam em espaços de aglomeração. Queremos ajudar a diminuir a proliferação do vírus na nossa comunidade”, conta.
Para começar a distribuição, o grupo aguarda a autorização de órgão regulatórios como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na segunda-feira (16), a Anvisa publicou, no Diário Oficial da União (DOU), a resolução nº 350 que flexibiliza a produção e venda de diversos produtos, entre eles o álcool 70%, sem autorização prévia do órgão. Entretanto, a medida não contempla universidades e institutos federais.
“Diferentemente das empresas, temos a possibilidade de fazer isso de forma gratuita”, afirma o diretor. Reinaldo explica que, dos mais de 600 câmpus do Instituto Federal, 70% estão em municípios e regiões periféricas do país.“É provável que quase a totalidade deles tenha condição de produzir o álcool 70% glicerinado para distribuição”, disse.
A equipe é composta por 10 pessoas, incluindo três professores doutores em química que atuam na produção. Para conseguir material, os pesquisadores organizaram uma campanha para arrecadação de fundos junto à Associação Comercial e Industrial de Luziânia (ACIL). Caso consigam as autorizações necessárias, 10 câmpus do Goiás já assumiram o compromisso de produzir e distribuir o produto em seus municípios.
Em um período de um mês, mais de cinco mil famílias podem ser beneficiadas com o produto. De acordo com o diretor, a produção é razoavelmente simples, com custo baixo e ação efetiva.
É importante ressaltar que o álcool 70% glicerinado não é o mesmo que o álcool líquido comum. Além de permitir a hidratação da pele, que é ressecada pelo álcool comum, o glicerinado tem o mesmo efeito que o álcool em gel e está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá
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