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Escolas particulares do DF definem novo calendário escolar

As instituições não precisam cumprir o mínimo de 200 dias letivos, mas devem manter a carga horária

Em meio à pandemia de coronavírus e à suspensão das aulas presenciais, escolas particulares de Brasília estão reorganizando o calendário de atividades. De acordo com a Medida Provisória Nº 934, assinada em 1º de abril, as instituições de ensino não precisarão cumprir a quantidade mínima de 200 dias letivos, porém devem manter a carga horária mínima de 800 horas para os ensinos fundamental e médio.

 
O Centro Educacional Leonardo da Vinci, por exemplo, lançou novo calendário escolar na manhã desta sexta-feira (17). O cronograma foi elaborado considerando a suspensão das aulas até 31 de maio, como prevê o decreto do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Em nota ao Correio Braziliense, a direção da escola explicou que foram retirados os recessos entre os feriados e incluídos sábados letivos. Além disso, o centro educacional reduziu o recesso do mês de julho, mas “fez questão de garantir dias de descanso para os alunos e também para a equipe de colaboradores”.

O ano letivo foi estendido e teve acréscimo de aulas em dezembro. De acordo com a direção da escola, a previsão é de que as atividades sejam concluídas ainda este ano. 

O centro educacional informou, também, que “apesar de a Medida Provisória Nº 934 dispensar a obrigatoriedade do cumprimento dos 200 dias letivos, no novo calendário do Leonardo da Vinci foram acrescentados mais dias do que os de suspensão das aulas, resultando em mais de 200 dias letivos”. O objetivo é “garantir um suporte pedagógico ainda maior aos alunos no retorno às aulas presenciais”.

Por fim, a direção informou que, quando as aulas presenciais retornarem, a escola “ não medirá esforços para minimizar eventuais danos pedagógicos e também prevê a possível oferta de aulas extras e de reforço para os ajustes pedagógicos que se fizerem necessários”.

O Colégio Marista João Paulo II também está refazendo o calendário. De acordo com o vice-diretor educacional do colégio, Luiz Gustavo Mendes, a ideia é considerar os dias letivos da educação presencial, assim como está assegurado no parecer 33/2020 do Conselho de Educação do Distrito Federal. 

“Para além disso, queremos expandir a quantidade de dias letivos, para que nós possamos potencializar a aprendizagem das crianças”, diz. 

O vice-diretor explica, ainda, que o processo de avaliação dos alunos também será repensado e que a escola deve terminar o ano letivo ainda em 2020, sem ultrapassar a fronteira de ano civil.
 
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), Álvaro Domingues,  acredita que, até o fim de abril, a maior parte das escolas estará com o calendário planejado para o cumprimento das horas letivas. 

 
“Nós, da rede particular, cumpriremos a legislação para o segundo semestre reorganizando o calendário de maneira mais objetiva. Dá para fazer essa organização, basicamente, usando sábados, recessos, aumentando o número de horas-aula no dia e uma série de alternativas”, diz.

O presidente do Sinepe-DF lembra que cada escola particular tem liberdade para elaborar o próprio calendário e projeto pedagógico, desde que sigam o que está estabelecido na legislação. “Com certeza, entregaremos o que foi acordado no início do ano”, garante.

Além disso, ele aconselha que, durante o período de suspensão das atividades presenciais, as escolas que têm condições de sustentar a aprendizagem mediada pela internet o façam, para que os alunos não sejam prejudicados.
 
 
*Estagiária sob supervisão de Ana Sá