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Plano de volta às aulas vaza; ensino médio deve retornar em 18 de maio

Para o restante da rede pública, retorno está previsto para 1º de junho

Uma série de slides com considerações para a volta às aulas passou a circular nas redes sociais de professores da rede pública nesta segunda-feira (27/4). O documento da Secretaria de Educação traz duas propostas para o retorno dos estudantes, indicando a data de início para 18 de maio, para estudantes do ensino médio. O restante da rede pública retornaria em 1º de junho, como estava previsto no decreto do governador Ibaneis Rocha.

Nas duas propostas, a pasta sugere que o ano letivo tenha quatro bimestres. O projeto A indica 160 dias que seriam contados desde 10 de fevereiro. Os alunos teriam um recesso de quatro dias em agosto e as aulas seriam encerradas em 22 de dezembro. No projeto B, o ano letivo teria 170 dias. O recesso também seria em agosto com cinco dias e as aulas também terminariam em 22 de dezembro.

Em entrevista ao Correio, educadores questionaram o documento. Segundo a fonte consultada, que também teve acesso aos slides, a data apontada não seria suficiente para que professores e estudantes pudessem se preparar para o retorno. O fato de iniciar a proposta com o ensino médio também não é bem visto. “São crianças como as outras. Lançar esses alunos para a comissão de frente parece usá-los como cobaias. Se nós, que temos 40 anos, não sabemos o que fazer, e corremos riscos, imagine adolescentes”, afirmou. 

"Em planejamento"

Em nota, a  Subsecretaria de Gestão de Pessoas informou que ações para o período de prevenção contra a pandemia da Covid-19 e dos demais normativos publicados pelo Governo do Distrito Federal permanecem em vigência. Portanto, por enquanto, as aulas seguem suspensas até 31 de maio.
 

Saiba Mais

 
 
"Esclarece, ainda, que se encontram em planejamento, de forma técnica, responsável e segura, ações visando ao retorno das atividades escolares na rede pública de ensino, pela Secretaria de Estado de Educação, mas que não há data definida para tal retorno", diz trecho da nota.

Na última quarta-feira (22/4), o governador Ibaneis Rocha (MDB) deu 10 dias para o secretário de Educação do Distrito Federal, João Pedro Ferraz dos Passos, elaborar e apresentar um plano para a reabertura das escolas. Na ocasião, Ibaneis manifestou que a volta às aulas deveria começar pelo ensino médio.

Confira, na íntegra, posicionamento da entidade de classe

"O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) repudia e vem a público denunciar a atitude do governador Ibaneis Rocha de retomar as aulas na rede pública de ensino exatamente no meio do pico da pandemia do novo coronavírus no Distrito Federal e no Brasil.

A equipe do governador na Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEEDF) agendou para os dias 18 de maio e 1º de junho a retomada do ano letivo para 484.966 estudantes matriculados na rede pública de ensino, 25.978 professores efetivos, 9.817 professores de contrato temporário e 8.813 profissionais da área de assistência.

As duas datas estão exatamente no período de pico da pandemia. É assim que o governador vai expor mais de meio milhão de pessoas ao contágio do novo coronavírus sem ter um remédio, um tratamento e uma cura para oferecer no sistema de saúde do DF.

A diretoria colegiada do Sinpro-DF se posiciona contra a Nota Técnica nº 9, de 25/4, que recebeu via Internet, enviada por vários professores, na noite dessa segunda-feira (27). Após analisá-la, observou que ela reúne o estudo solicitado pelo governador, a pedido de Jair Bolsonaro, na semana passada, para a retomada das aulas. 

A diretoria do sindicato se coloca à disposição para maiores detalhes sobre o retorno às aulas no pico da pandemia do novo coronavírus."